quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

VIOLÊNCIA & ESCOLAS

Por : Genha Auga - Jornalista MTB: 15.320 

Ultimamente, discute-se muito sobre a violência nas escolas e o papel do educador diante dessa problemática. 

Viemos de um passado violento, cujo regime autoritário e ditador nos mutilaram em todos os aspectos sociais e depois de conquistada a democracia, ainda assim, a sociedade privilegia alguns e outros não e essa desigualdade e individualismo fazem prevalecer a lei do mais forte e a cultura de levar vantagem em tudo. Esse comportamento, tem gerado intolerância e violência. 

As brincadeiras, programas infantis, futebol, noticiários, tudo nos meios de comunicação mostram atos de violência da sociedade em geral. 

Dentro desse contexto e com a ausência dos pais que saem para trabalhar, salvo ainda os que levam a violência dentro dos lares num cotidiano que invade os direitos e proteção às crianças que a família teria como obrigação preservar. 

Reflete nas escolas essa deseducação e desrespeito que, infelizmente, o educador não está preparado para controlar e lidar com essa indisciplina que se instalou dentro das salas de aulas e então munidos de autoritarismo, medem forças com essa violência tratando-os com rispidez como se eles, detentores do poder, pudessem ter atitudes desrespeitosas e constrangedoras para com seus alunos. 

O corporativismo que há entre eles, permite que abandonem suas obrigações para apenas cumprirem presença e, ao invés de empenharem-se para o desenvolvimento de dinâmicas que promovam um melhor entrosamento entre os envolvidos nesse processo que é o da aprendizagem, respeitando a insatisfação deles e assumindo o papel de professor através do diálogo, usando a palavra, sua ferramenta de trabalho, envolvendo também nos projetos educativos, a família e a comunidade. 

Desgastado pela própria condição atual do ensino onde o Estado, incessantemente, vem alterando o currículo escolar mas, sem acompanhamento de sua eficácia, inclinando-se a dados estatísticos que somente demonstra o número de alunos que saem das escolas mas sem a preocupação da formação de caráter, mudanças de hábitos e valores. 

A escola tem reproduzido um modelo onde o professor, pela falta do cumprimento das leis, falta de condições materiais e os baixos salários por parte do governo, vem corrompendo seus valores éticos e morais. Para mudar esse quadro, a relação entre o professor, aluno, gestores, família e comunidades devem ter entrosamento para que, fortalecidos pela união e através da solidariedade, contribuam com o avanço da democracia. 

Como sair desse ciclo que há tempos vem colocando as crianças, jovens e suas famílias, na humilhante condição de vítimas. 

A escola que é um importante espaço onde esse círculo vicioso deveria ser quebrado, no qual o papel do educador é chamar o aluno para si exercendo nele seu dever, lutando para que seja assegurado a ele, seu direito constitucional que é o de aprender, reparando-o da exclusão social. 

O fracasso escolar, embora resultante de uma grande parcela de culpa do próprio Estado, causado pela corrupção, falta de interesse por escolas mais atualizadas, práticas de atividades educativas e incentivo ao corpo docente e discente, proporcionando a todos os envolvidos, uma melhor capacitação. 

Pela falta de comprometimento de tirar o aluno da resignação e apatia e motivá-los a indignação perante a violência que é exercida sobre ele, pelo descaso de dar aos jovens, o poder de raciocinar para que saibam escolher e discernir, sentirem a diferença entre força bruta e gentileza e fazê-los enxergarem que, embora exija dele próprio um maior esforço, isso o tornará capaz de pensar e falar. 

Enquanto o ensino atuar nesse processo de exclusão que faz com que a maioria da juventude não tenha participação política, econômica, social, cultural e pela falta de acesso a verdadeira educação, seguirão para o caminho do crime. 

O professor, coordenador, diretor e demais participantes embora saibam que fazem parte de um sistema onde a vontade política prevalece, não os isenta do dever de por sua opção profissional, levarem esse desafio juramentado, que está em suas mãos a agirem como o bom marinheiro em sua missão que não abandona o barco e sua tripulação, enquanto houver chance de salvar vidas... 

Mesmo que a todos, pareça pura utopia!

Texto retirado no JORNAL GAZETA VALEPARAIBANA

Um comentário:

  1. Disponibilizamos, em baixa definiação, o vídeo Escola sem PREconceitos produzido pelo NIPAM – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação sobre a Mulher e Relações de Sexo e Gênero da UFPB e o apoio do Ministério da Educação.
    O vídeo didático trata sobre a violência na escola, homofobia, acessibilidade, direitos humanos e respeito às diferenças.
    Confiram!
    ehttp://www.youtube.com/watch?v=wyguYC62oMc&feature=youtu.be
    Pedro Nunes | UFPB

    ResponderExcluir