sábado, 22 de dezembro de 2012

A Educação Superior merece atenção.

Não pode haver desenvolvimento de um país se não houver investimento em educação. Sempre foi dito que o Brasil era o país do futuro, pois esse futuro está batendo a nossa porta, o momento é agora, o ensino superior tem que continuar crescendo e se tornar acessível a todos. Ainda é pequeno o número de jovens que consegue chegar ao fim de uma faculdade. 

Uma das formas do ensino superior alcançar mais pessoas é através dos cursos de EAD (Educação à Distância). A educação à distância rompe paradigmas, o aluno não precisa necessariamente estar presente para ter um bom aprendizado. 

Uma análise feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) constatou que o Brasil está entre os países que mais investe em educação básica e de nível médio no mundo, mas as verbas públicas para o ensino superior e para a pesquisa continuam sendo inferiores. 

Em 2007 foi lançado o PDE ( Plano de Desenvolvimento da Educação ) que dentre outras coisas contém alguns princípios que norteiam a educação superior, entre eles estão: expansão da oferta de vagas; garantia de qualidade; promoção de inclusão social pela educação, garantindo que ela valorize todos os jovens de todas as classes sociais. Ordenação territorial para tornar o ensino acessível inclusive nas regiões mais distantes do país; desenvolvimento econômico e social, para que se formem profissionais qualificados, invista-se em conhecimento científico-tecnológico, pois não existe progresso sem investimento em pesquisa e tecnologia. 

Uma economia forte se faz com pessoas qualificadas, precisamos investir na educação superior com qualidade, para termos competitividade no mercado internacional. Aproveitar nossos estudantes, capacitando-os e qualificando para que possam entrar no mercado de trabalho e competir de igual para igual, mais estudo significa melhores salários, uma boa remuneração gera uma vida mais digna. 

O ensino superior no Brasil abrange um número diversificado de instituições públicas e privadas que oferecem vários tipos de cursos, abrangendo vários níveis de ensino que passam pela graduação e pós- graduação. 

O país está crescendo economicamente e junto com ele cresce a produção. 

Precisamos decidir se queremos investir tempo, dinheiro, tecnologia e qualificar nossos cidadãos, ou se queremos continuar a passos lentos. O mercado exige cada vez mais profissionais de alto padrão. Em um mundo globalizado em que a informação é rápida e dinâmica, em que todos os setores da economia sofrem transformações, o estudante tem que incorporar todas as informações que puder, utilizando de todos os recursos disponíveis para poder competir no mercado de trabalho. 

Para sobreviver nesse novo mercado que se apresenta e para garantir um futuro melhor, com qualidade de vida e dignidade aos nossos cidadãos, precisamos diminuir as desigualdades sociais, permitindo o acesso de todos à educação, ao esporte, a cultura, empreender esforços para que nossos jovens concluam o ensino superior. Uma sociedade mais justa e igualitária se torna uma sociedade melhor. 

Mariene H.de Freitas - email: marihfreitas@hotmail.com 
Professora e Especialista em Direitos Humanos

Texto retirado no JORNAL GAZETA VALEPARAIBANA

domingo, 16 de dezembro de 2012

Educação e investimentos


Mais dinheiro ou melhor gestão?

O professor Amaury Patrick Gremaud, da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP), disse que o efeito de uma boa gestão é maior do que o de um grande investimento na educação pública brasileira.  

Segundo o professor, ainda é preciso lutar por mais dinheiro, porém uma melhora da gestão dos recursos públicos, poderá trazer efeitos importantes. Gremaud participou de uma discussão sobre o tema. 

Além dele, Paulo Cesar Malheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) também estava no debate sobre financiamento da educação. 

Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que o investimento do Brasil por aluno é 22% do Produto Interno Bruto (PIB) da renda per capita, enquanto nos países da OCDE, a maioria desenvolvido, como Finlândia, Estados Unidos e Canadá a média  de aplicação é de 27%. 

O professor lembra que a diferença do índice não é tão grande - de 5% - porém é preciso levar em conta a disparidade entre as rendas do Brasil e dos países do OCDE. 

Para elucidar a diferença, Gremaud aponta a média de investimento por aluno em toda a educação, de infantil a nível superior. Enquanto no Brasil, o valor é de 2.416 dólares, nos países do OCDE, o número sobe para 8.961 dólares. 

Gremaud disse que o ideal seria o Brasil subir o investimento de 5% do PIB para 7%, pelo menos por um período determinado. Ele afirma que, ao contrário de outros países da OCDE, o Brasil tem "um passado a cuidar e ainda precisa incluir crianças e adolescentes que estão fora da escola", pois o sistema de ensino não está estabilizado. "Lutar por mais recurso na educação ainda é importante, mas a gestão do dinheiro é mais importante", diz. Sobre a melhor forma de gerir os recursos, Gremaud afirma que não há receita já que o Brasil tem  regiões muito distintas. 

Não há uma resposta única, as políticas públicas têm de atacar vários pontos. O plano de carreira, por exemplo, pode ser importante para um município e não para outro. 

Os efeitos são diferentes. 

Esse é um grande problema. 

Da redação 

Fonte: http://gazetaweb.globo.com

Texto rEtirado do jornal GAZETA VALEPARAIBANA

domingo, 9 de dezembro de 2012

Centro e periferia desigualdades educacionais

Por todo o país e mesmo dentro de uma única cidade, se multiplicam as diferenças entre as escolas, inclusive  da mesma rede. Pode ser que umas apresentem melhor infraestrutura e mais acesso a serviços do que utras.  

O projeto político-pedagógico e o corpo docente podem ser diferenciados. Mas, mesmo que algumas diferenças sejam naturais, o problema é quando se tem, na verdade, desigualdades que afetam o desempenho dos alunos. 

Um grupo de pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), de São Paulo, começou a se questionar, em 2000, se essas desigualdades poderiam ser produzidas de acordo com a localização da escola: no centro ou na periferia, ou, mais especificamente, em regiões com alta concentração de pobres, mais heterogêneas e mais ricas. Diferentes estudos têm mostrado que existem sim diferenciais significativos entre escolas públicas. As notas do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) de 2003 mostram, no caso das provas de Língua Portuguesa na 4a série, que a média de desempenho é maior nas áreas centrais. 

O primeiro passo da pesquisa do CEM foi fazer um grande mapeamento de escolas de Educação Básica estaduais, municipais e privadas da Grande São Paulo, além fazer estudos de oferta e demanda de vagas. “O que descobrimos, nesse primeiro momento, é que a escola de Ensino Fundamental está muito universalizada”, conta o cientista social Haroldo Torres. Já sabemos que esse é um fenômeno recente. E será que a escola está preparada para garantir a mesma qualidade de ensino em diferentes regiões e para crianças de diferentes classes sociais? 

Uma questão central que o estudo procura compreender é até que ponto as instituições educacionais e a atitude dos professores e profissionais da Educação podem ou não induzir as desigualdades. O CEM realizou uma pesquisa, em 2004, entre a população adulta 40% mais pobre da cidade para identificar por que é diferente ser pobre em uma região rica e em uma pobre. 

Foram observados dois indicadores que influenciam o desempenho escolar das crianças: infra-estrutura e serviços associados ao ensino (merenda escolar, transporte, uniforme, biblioteca, computadores) e o tempo de permanência na escola. Quanto aos serviços, percebeu-se que tanto no centro como na periferia, em geral, os alunos têm acesso a eles. 

Os benefícios estão mais condicionados ao fato de a escola ser municipal  ou estadual. Já quando se olha para o tempo de permanência, as escolas de periferia, em média, apresentam mais turnos e crianças chegam a ficar menos de 4 horas no local. 

Outro momento da pesquisa foi entrevistar os professores de 1a a 4a série das redes estadual e municipal. Desse levantamento surgiram questões que ainda serão confirmadas com uma pesquisa quantitativa - já em andamento -, mas que são geradoras de um debate interessante. “Observamos que há uma frequência muito maior de professores substitutos e temporários em escolas da periferia”, conta Haroldo. 

Aí entra o mecanismo do concurso público, que, de acordo com o pesquisador, é um processo justo, democrático e meritocrático, mas que pode ter efeitos problemáticos. Os melhores classificados escolhem a escola de sua preferência, que tenha um bom ambiente de trabalho (segundo avaliação pessoal) e seja perto da sua casa. Além disso, os contratados podem pedir remoção depois de um ano. 

Muitas escolas das áreas periféricas acabam recebendo professores com pior classificação nos concursos e 
menos experientes. Com uma rotatividade tão grande de profissionais (se incluem diretores, coordenadores 
e supervisores), como construir um projeto pedagógico consistente? 

“Os professores dão depoimentos de falta de estrutura na escola, falta de projeto pedagógico e até da figura do diretor nem sempre presente. Mas a gente sabe que existem exceções muito importantes, em todas as questões abordadas”, relata Haroldo. 

Outro depoimento relevante que colheram foi o de episódios de preconceito contra crianças pobres e regras. No artigo Educação na periferia de São Paulo: ou como pensar as desigualdades educacionais?, os autores dizem que “esse aluno [negro, pobre e residente em favelas ou na periferia] já parece estar fadado a um baixo desempenho ao entrar no sistema escolar, condenado à priori por aquele que o deveria acolher e educar”. Haroldo Torres enfatiza que de nada adianta apenas culpabilizar o professor. O mais importante seria pensar em políticas que o preparem para lidar com crianças de outras origens sociais. 

É importante perceber que as desigualdades de desempenho escolar vão muito além das características individuais dos alunos. Todos os que eram alvo da pesquisa eram pobres, muitos tinham pais com pouca ou nenhuma escolaridade, mas frequentavam instituições muito diferentes entre si, por estarem localizadas em regiões diferentes da cidade. 

Os pesquisadores chegam em um quadro que chamam de “paradoxos da universalização”. 

Por que mantém-se, por exemplo, as mesmas regras de distribuição de recursos e alocação de profissionais para todas as escolas, sem considerar as necessidades reais de cada uma? 

Como você, professor, vê a questão da diferenciação entre as escolas?

É possível compensar as desigualdades com um outro tratamento a escolas de áreas?

Por: Amanda Polato

Texto retirado do jornal GAZETA VALEPARAIBANA

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Direitos autorais na internet

A internet é uma ferramenta incrível que, entre outras coisas, permite a distribuição em larga escala de qualquer informação. Antes da internet, qualquer tipo de informação precisava vir em um meio material, físico, seja um livro, um disco ou até mesmo um disquete de um programa de computador. Mas agora, tudo é informação que circula livremente pela rede. 

Acontece que a legislação brasileira protege qualquer tipo de informação produzida no país, seja ela virtual ou não. A lei 9.610 de 1998 diz que qualquer tipo de produção intelectual produzida, seja ela registrada ou não, publicada ou não, está protegida. 

Mas o que isso quer dizer para o usuário da internet? 

Que cuidados é preciso ter? 

Panorama Geral dos Direitos Autorais no Brasil 

A lei que versa sobre os direitos autorais no Brasil é bastante extensa e rege muitas áreas e detalhes sobre os autores e suas obras. Mas, aplicando essa lei para a internet, podemos pensar em quatro grupos básicos: a propriedade intelectual, o direito de uso, o direito de distribuição e a exploração comercial. 

Propriedade Intelectual e Plágio 

Basicamente, todo autor é considerado dono de sua obra, pelo menos  dono do conteúdo enquanto criador. É isso que se chama de “propriedade intelectual”. Ninguém pode pegar uma obra, texto, vídeo, música ou qualquer outra coisa e publicar ou distribuir como se fosse de outra pessoa sem autorização do criador daquele conteúdo. O roubo de propriedade intelectual é conhecido como “plágio” e é considerado crime. 

Mas, incrivelmente, muita gente faz isso na internet e vive disso. Um site de sucesso fez sua fama copiando conteúdo de sites menores e colocando tudo em seu site dizendo que é conteúdo dele. De tanto que ele fez isso, já se cunhou o verbo “kibar” como sinônimo de plágio feito na internet. Isso é bastante comum entre blogs pessoais, pois não há como fiscalizar nem comprovar propriedade do conteúdo. Quase ninguém irá processar o “kibador” por causa de um vídeo ou postagem copiado. 

Direitos de Uso e de Distribuição 

O direito de uso geralmente é cedido às pessoas pelo próprio autor, contanto que mantida a integridade da obra original. Em outras palavras, o direito de uso permite que uma pessoa possa usar uma foto , citando o nome e site do autor se não modificar em nada a foto original. Esse é o caso das imagens de divulgação disponibilizadas online por produtoras. 

O direito de distribuição rege basicamente como e quanto uma obra pode ser repassada a outras pessoas. Um vídeo feito e lançado na internet pode ter sua distribuição limitada pela lei ou por desejo do autor ou detentor dos direitos sobre a obra. O problema é conseguir meios tecnológicos para limitar a distribuição. 

E por que alguém iria querer limitar que sua obra fosse divulgada? Talvez o autor prefira que só pessoas que paguem por sua obra possam vê-la, ou talvez ele queira que só pessoas que morem em determinada cidade tenham acesso. São limitações que o autor pode impor à sua obra e é um direito dele. 

O que prestar atenção na hora de colocar informação na Internet 

Por mais que exista uma lei que proteja o direito autoral de conteúdo intelectual, existem formas de disponibilizar tal conteúdo sem infringir a lei. A melhor delas é sempre citar a fonte de onde você tirou tal informação e nunca usar tal conteúdo para obtenção de lucro. 

Mais informações:  http://www.tecmundo.com.br

Texto retirado do jornal  GAZETA VALEPARAIBANA (PÁG. 13)

sábado, 1 de dezembro de 2012

Os Jogos e a Educação


Os jogos têm um papel muito importante nas áreas de estimulação da pré-escola e é uma das formas mais naturais da criança entrar em contato com a realidade, tendo o jogo simbólico um papel especial. 

O jogo é uma característica do comportamento infantil e a criança dedica a maior parte de seu tempo a ele. 

O jogo, enquanto atividade espontânea da criança, foi analisado e pesquisado por centenas de estudiosos para melhor compreender o comportamento humano; é um meio privilegiado tanto para o estudo de crianças normais, quanto para aquelas com problemas, haja vista os inúmeros trabalhos psicanalíticos sobre o assunto, como os de Sigmund Freud, R. Waelder, Melanie Klein, Erik Erikson, e ainda, autores como J. Huisinga, Claparéde, Piaget, Vygotsky, Ajuriaguerra, Callois, que escreveram obras sobre o jogo na criança.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Professores rejeitam nomeação de Cláudia Costin para o MEC

publicado em 22 de novembro de 2012 às 23:40

Aloizio Mercadante chamou Cláudia para dirigir a Secretaria de Educação Básica do MEC. Fotos: Agência Brasil

Apesar de muito criticada por sua visão neoliberal e privatizante, a atual secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, foi convidada pelo ministro Aloizio Mercadante para assumir a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).

Importantes setores da Pedagogia no País estão profundamente preocupados com a nomeação de Costin, que foi ministra da Administração no governo Fernando Henrique Cardoso, esteve ligada ao desmonte do Estado brasileiro, além de ter sido diretora da Fundação Victor Civita, do Grupo Abril/Veja.

Por isso, pesquisadores, professores, estudantes e suas entidades representativas lançaram o abaixo-assinado Cláudia Costim, não! Ele é destinado ao ministro Mercadante, aos Sindicatos da Educação, Escolas Municipais, Estaduais e Federais, Universidades Públicas, Entidades Acadêmicas. Segue o texto do manifesto, que já tem mais de 3 mil assinaturas.

CLÁUDIA COSTIN, NÃO!

A privatização do ensino público, a fragmentação do trabalho docente, a perda da autonomia dos professores, a submissão estrita aos cânones neoliberais têm sido implementados por Cláudia Costin à frente da Secretaria Municipal da Educação na cidade do Rio de Janeiro.

Seu autoritarismo didático e de conteúdos, prescritos em cadernos e apostilas, emanado das orientações dos organismos internacionais ampliam o abandono da educação básica da grande maioria da população, historicamente relegada à carência de escolas e, mais recentemente, à desqualificação da educação nas escolas existentes. Além disso, no Rio de Janeiro, professores, gestores e funcionários têm sido alvo de aliciação pecuniária, os bônus financeiros, através de remuneração extraordinária pelo desempenho dos alunos, traduzido em um percentual de aprovação de alunos nas turmas e no conjunto da unidade escolar, como compensação aos baixos salários.

Não por caso, quando Ministra da Administração Federal e Reforma do Estado no governo FHC, foi uma das responsáveis pela idealização e implementação do desmonte do Estado, incluindo-se aí as privatizações ou a venda do país e a quebra da estabilidade dos servidores públicos.

Se confirmada Cláudia Costin à frente da Secretaria de Educação Básica, é esperada a descaracterização da educação fundamental e média com o apagamento do professor e do aluno como sujeitos históricos. Costin faz parte de um grupo de intelectuais que seguem a férrea doutrina do mercado, onde tudo vira capital, inclusive as pessoas. Não mais educação básica, direito social e subjetivo, mas escola fábrica de capital humano. Uma versão bastarda do ideário republicano de escola, como a define Luiz Gonzaga Belluzzo, em brilhante texto na Carta Capital de 29.08.2012. Esta visão bastarda de educação objetiva apagar qualquer senso crítico dos alunos. Trata-se de transformar, para Belluzzo, recorrendo a Marshall Berman, a ação humana em repetições rançosas de papéis pré-fabricados, reduzindo os homens a indivíduos médios, reproduções de tipos ideais que incorporam todos os traços e qualidades de que se nutrem as comunidades ilusórias.

Delegar à administradora esse setor vital da educação brasileira é declinar de todos os embates e propostas da educação, em contraponto às políticas neoliberais dos anos 1990.

Professores, pesquisadores, estudantes e suas entidades representativas vêm publicamente, protestar contra o arbítrio economicista, degradante e mutilador para a educação das gerações de jovens da educação básica que sua presença na SEB traria à educação básica, não apenas na cidade do Rio de Janeiro, mas em todo Brasil. Cláudia Costin, NÂO!

Texto coletivo dos abaixo-assinados:

Dermeval Saviani –Unicamp

Mirian Jorge Warde – PUC-SP

Roberto Leher – UFRJ

Gaudêncio Frigotto – UERJ

Virginia Fontes – UFF/Fiocruz

Maria Ciavatta – UFF

Dante Henrique Moura – IFRN

Vânia Cardoso Motta – UFRJ

Eveline Algebaile – UERJ

Domingos Leite Filho –UTPr

Sônia Maria Rummert – UFF

Marise Ramos –UERJ e FIOCRUZ

Olinda Evangelista – UFSC

Domingos Leite Filho – UTPr

Laura Fonseca – UFRGS

Carmen Sylvia Morais - USP

Sônia Kruppa – USP

Para assinar o abaixo-assinado, clique aqui.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O que falta na educação ?

Nossas crianças do fundamental 

Dois terços das crianças matriculadas no 3° ano do ensino fundamental da rede pública não dominam o básico da matemática, ou seja, não sabem fazer operações simples de somar e subtrair. 

Já entre os alunos de escolas particulares, três quartos sabem o mínimo esperado de matemática. Estes dados sobressaíram da divulgação nesta quinta-feira, 25, do resultado da Prova ABC, que avaliou 6 mil alunos de 250 escolas públicas e privadas das capitais do país. 

Apenas um terço (32,58%) dos alunos da rede pública alcançou o índice que reflete o conhecimento esperado dos alunos do terceiro ano (crianças com idades por volta dos oito anos) segundo escala do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Por outro lado, 74,30% dos alunos da rede privada alcançaram o índice, mais que o dobro dos alunos da rede pública. 

Até cerca de 1860, não existia diferenciação de sapatos para pés esquerdo e direito. Os sapatos eram simétricos, ainda que, em todas as pessoas, os pés direito e esquerdo sejam diferentes entre si. Cabia aos pés do freguês “deformar” os sapatos para adaptá-los ao formato dos pés. Por isso as pessoas tinham tantos calos. Eram muitas batalhas diárias de pés macios contra couros duros. 

Em 2011, a educação brasileira está mais ou menos no mesmo estágio em que estava a indústria de sapatos até 1860. Não importam as preferências, pendores ou interesses dos alunos. Todos têm que estudar as mesmas coisas: basicamente matemática, língua, história e geografia. 

Daí para adiante ensina-se a mais, não o que os alunos desejam aprender, mas todos os tipos de matérias que os educatecas do Ministério da Educação (ou das secretarias estaduais de educação), que controlam a educação brasileira por teleguiado, desejam que eles aprendam. 

Além disso, em nome da participação social e da correção política, adicionam-se todos os tipos de matérias que interessam a grupos militantes de várias causas políticas, ideológicas, sociais ou que estão na moda, desde que os respectivos lobbies ou grupos de pressão tenham capacidade de influir sobre as autoridades para criar mais matéria inútil para as crianças, adolescentes e adultos. 

Não é de admirar, portanto, que os alunos saiam calejados e, de maneira geral incapazes de fazer o que gostam, ou o que o mercado demanda porque foram educados de acordo com critérios que não levam em conta nem os gostos pessoais nem as demandas do mercado. 

Conclusões, várias: 

1. Muita gente infeliz. 
2. Muita gente com dificuldade de arranjar empregos. 
3. Um excesso de informações sobre história de coisas que pouco interessam a qualquer pessoa, fórmulas que poucos sabem como e em que aplicar, leis de física e química que não levam ninguém a conseguir fazer nada de prático com elas, pois foram quase todas ensinadas fora de qualquer contexto. 

Assim, muita gente sabe calcular tensão superficial, mas não tem a menor noção de para que serve isso. 

A verdadeira educação profissional só começa na faculdade e, novamente, é definida por um conluio entre educatecas governamentais e lobistas de grupos de interesse que determinam o que deve ser ensinado a quem estiver interessado em exercer, direito, engenharia, arquitetura, meio ambiente, medicina, etc., para que possam tornar-se membros das ordens e conselhos, pagar anuidades e ter o direito de ganhar o dinheiro. 

Enquanto isso, os bem sucedidos (e viva eles) conseguem sucesso como empresários batendo com a cabeça na parede porque nada lhes foi ensinado sobre isso, fazendo sucesso como líderes de grifes, designers, conjuntos de musicais, atores, jogadores de futebol ou palhaços. 

Notem que todas as pessoas que ganham dinheiro com estas coisas citadas como exemplos no parágrafo anterior fizeram-no graças a uma habilidade inata ou preferida, seja como autodidatas, seja aprendendo seus ofícios fora das escolas que fazem parte dos sistemas formais de educação, que são, em boa parte, financiados com o dinheiro dos cidadãos que pagam impostos ou com mensalidades pagas pelos pais iludidos, para que seus filhos ganhem um diploma, ainda que aprendam, na realidade, muito pouca coisa útil na vida. 

Alguns exemplos para que pensemos um pouco se já não está na hora de derrubar os educatecas e cuidar de uma educação que combine a felicidade do educado com um pouco de criatividade socialmente útil. 

P.S. – Se somarmos todas as horas desperdiçadas tentando ensinar matemática, geometria, álgebra, física e química a um discalcúlico como eu, e tivessem deixado que eu gastasse mais do meu tempo lendo o que me interessava, estou seguro que seria uma pessoa muito mais feliz. Nada do pouco que aprendi de matemática, além de conversões de medidas e moedas (sétima série), me serviu de nada na vida. Nunca. Não contribuiu, nem para o meu sucesso, nem para a minha felicidade, tampouco contribuiu para a felicidade coletiva, como tenho certeza que fizeram Romário e Tiririca, jogando futebol e fazendo-nos rir. 

Anônimo - Via 3º. Setor

Texto retirado do jornal GAZETA VALE PARAIBANA - página 10

sábado, 10 de novembro de 2012

“A luta pelos royalties do petróleo não acabou”, diz Mercadante

Em cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro da Educação disse que a luta pela destinação integral dos royalties para a educação ainda não acabou. Ele ressaltou que o petróleo é uma riqueza não renovável, a que as futuras gerações não terão acesso. “O melhor legado que podemos deixar é um país plenamente educado, com professores bem pagos, com a valorização da docência, escola de primeira qualidade”, defendeu.

NAJLA PASSOS

Brasília - O ministro da Educação, Aloisio Mercadante, disse nesta quinta (8), durante o lançamento do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, no Palácio do Planalto, que a luta pela destinação integral dos recursos provenientes da exploração do petróleo para a educação ainda não acabou. “Nós vamos agora, junto ao Senado Federal, continuar lutando para que os royalties sejam destinados à educação brasileira”, afirmou.

De acordo com ele, a estratégia será acrescentar uma cláusula ao texto do Plano Nacional de Educação (PNE), que assegure o carimbo dos recursos. “A Câmara dos Deputados votou o PNE por unanimidade e estabeleceu que, em 10 anos, nós deveríamos dobrar os investimentos em educação, chegando a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Mas, até o momento, não temos uma fonte nova de financiamento capaz de sustentar essa meta ambiciosa”, justificou.


Há dois dias, a mesma Câmara aprovou, um novo modelo de redivisão dos royalties do petróleo, de autoria do senador Vital do Rego (PMDB-PB), que libera a aplicação dos recursos para áreas diversas. A medida desagradou ao governo que, por determinação da presidenta Dilma Rousseff, defendia a destinação integral dos royalties à educação.

Segundo o ministro, é impensável, na atual conjuntura brasileira, aumentar impostos ou cortar recursos de outras áreas - como saúde, segurança e investimentos - para financiar sua pasta. “É por isso que eu tenho muito orgulho de pertencer ao governo de uma presidenta que tomou a decisão histórica de financiar a educação a partir de uma riqueza nova que estamos descobrindo”, justificou.

Ele ressaltou que o petróleo é uma riqueza não renovável, a que as futuras gerações não terão acesso. “O melhor legado que podemos deixar é um país plenamente educado, com professores bem pagos, com a valorização da docência, escola de primeira qualidade”, defendeu. Mercadante reconheceu que o caminho para se construir um país mais justo e desenvolvido exigirá um compromisso de se aumentar os investimentos em educação. 

Em coletiva à imprensa, a presidenta Dilma afirmou que ainda não decidiu se irá ou não sancionar o projeto aprovado pelo Congresso. Segundo ela, assim que recebido, o texto será exaustivamente analisado por sua equipe. Só depois, a presidenta se pronunciará. “Eu seria uma pessoa leviana se, sem recebê-la, eu falasse sobre ela”, resumiu. 

Texto retirado: CARTA MAIOR

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Lúdico e a educação

O que é lúdico? 

O lúdico tem sua origem na palavra "ludus" que quer dizer jogo, a palavra evoluiu levando em consideração as pesquisas em psicomotricidade, de modo que deixou de ser considerado apenas o sentido de jogo. O lúdico faz parte da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo, funcional e satisfatório. 

Na atividade lúdica não importa somente o resultado, mas a ação, o movimento vivenciado. 

"O papel do lúdico na atividade pedagógica" 

A maioria das escolas tem didatizado a atividade lúdica das crianças restringindo-as a exercícios repetidos de discriminação viso-motora e auditiva, através do uso de brinquedos, desenhos coloridos, músicas ritmadas. Ao fazer isso, ao mesmo tempo em que bloqueia a organização independente das crianças para a brincadeira, essas práticas pré- escolares, através do trabalho lúdico didatizado, enfatizam os alunos, como se sua ação simbólica servisse apenas para exercitar e facilitar para o professor , a transmissão de determinada visão do mundo, definida a priori pela escola. 

“É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção... como se fora brincadeira de roda...” 

É papel da educação formar pessoas criticas e criativas, que criem, inventem, descubra, que sejam capazes de construir conhecimento. Não devendo aceitar simplesmente o que os outros já fizeram, aceitando tudo o 
que lhe é oferecido. Daí a importância de se ter alunos que sejam ativos, que cedo aprendem a descobrir, adotando assim uma atitude mais de iniciativa do que de expectativa. 

Considera-se função da educação infantil promover o desenvolvimento global da criança; para tanto é preciso considerar os conhecimentos que ela já possui, proporcionar a criança vivenciar seu mundo, explorando, respeitando e reconstruindo. Nesse sentido a educação infantil deve trabalhar a criança, tomando como ponto de partida que está é um ser com características individuais e que precisa de estímulos, para crescer criativa, inventiva e acima de tudo crítica. 

Quando o aluno chega a escola traz consigo uma gama de conhecimento oriundo da própria atividade lúdica. A escola, porém, não aproveita esses conhecimentos, criando uma separação entre a realidade vivida por ela na escola e seus conhecimentos. 

A escola agindo desta forma estará comprometendo a própria espontaneidade da criança, que não se sentirá tão a vontade em sala de aula a ponto de deixar fluir naturalmente sua imaginação e emoção. 

A ação de brincar, segundo ALMEIDA (1994) é algo natural na criança e por não ser uma atividade sistematizada e estruturada, acaba sendo a própria expressão de vida da criança. RIZZI e HAYDT convergem para a mesma perspectiva quando afirmam: “O brincar corresponde a um impulso da criança, e este sentido, satisfaz uma necessidade interior, pois, o ser humano apresenta uma tendência lúdica” (1987 p. 14).

O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e prazerosas. CUNHA (1994), ressalta que a brincadeira oferece uma “situação de aprendizagem delicada”, isto é, o educador precisa ser capaz de respeitar e nutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que envolva em seu processo, ou do contrário perde-se a riqueza que o lúdico representa. 

Neste sentido é responsabilidade do educador, na educação infantil, ajudar a criança a ampliar de fato, as suas possibilidades de ação. Proporcionando à criança brincadeiras que possam contribuir para o seu desenvolvimento psicossocial e consequentemente para a sua educação. 

O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma séria e usado de maneira correta, pois como afirma ALMEIDA (1994), o sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantida, se o educador estiver preparado para realizá-lo. Sendo que o papel do educador é, intervir de forma adequada, deixando que o aluno adquira conhecimentos e habilidade; suas atividades visam sempre um resultado, e uma ação dirigida para a busca d finalidades pedagógicas. 

A educadora FERREIRO (19890, já apontava para a importância de se oferecer a criança ambientes agradáveis onde se sinta bem e a vontade, pois a criança deverá se sentir como integrante do meio em que está inserida. 

Conceber o lúdico como atividade apenas de prazer e diversão, negando seu caráter educativo é uma concepção ingênua e sem fundamento. A educação lúdica é uma ação inerente na criança e no adulto aparece sempre, como uma forma transacional em direção a algum conhecimento. 

A criança aprende através da atividade lúdica ao encontrar na própria vida, nas pessoas reais, a complementação para as suas necessidades. 

Edição: Filipe de Sousa

Texto retirado no jornal: GAZETA VALEPARAIBANA

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A briga pelas cotas nas universidades públicas


    O assunto do momento é o problema das cotas na universidades. Tem muito aluno, que estudava em escola particular, se dizendo prejudicado pelo sistema de cotas da universidade e que o direito de entrar na universidade tem que ser iguais. Não pode haver discriminação. O estranho é que o direito a escola pública de qualidade é igual para todos e esses alunos simplesmente abriram mão desse direito (não reivindicaram) e preferiram gastar dinheiro estudando em escolas particulares (questão de status?).

      Os alunos das escolas particulares nunca se preocuparam em saber como funciona e como vai o estado de ensino nas escolas públicas de ensino fundamental. Alias, do jeito que a escola pública funciona beneficia e facilita a entrada desses alunos na universidade, já que irão competir com alunos despreparados devido a qualidade inferior do ensino básico nas escolas públicas.

      Só que agora a universidade limitou metade das vagas para o estudantes oriundos das escolas públicas e a outra metade pra os alunos das escolas particulares. Agora, os pais e alunos das escolas particulares perceberam que os direitos são iguais e entraram na justiça exigindo direitos iguais conforme prega a constituição. Na vida real as pessoas não tem os mesmos direitos e todo mundo sabe disso.

      O estranho é que a escola pública é controlada justamente pela parte da sociedade que estuda nas escolas particulares. Vamos explicar melhor o assunto: quem são as pessoas responsáveis pelas administração e funcionamento das escolas públicas e consequentemente responsáveis de garantir o direito de ensino de qualidade para todos (inclusive para os alunos de escolas particulares)?

Pra responder é só olharmos pelos poderes constituídos: no poder executivo temos governador, secretários, diretores de departamentos e escolas, no poder judiciários temos juízes, desembargadores, defensores públicos, etc e no poder legislativos temos Deputados Federais, Deputados Estaduais, vereadores e Senadores. Todo esse pessoas é considerado da classe media e tem uma pergunta bem simples: quantos desses cidadãos tem seus filhos estudando em escolas publicas do ensino básico?

     Pra clarear mais o assunto tem outra pegunta: o Conselho de Educação é composto por membros em suas maioria provenientes das Escolas Públicas?

      Mas, a pergunta mais inquietante é : se as pessoas responsáveis de melhorar o ensino básico das escolas públicas tem os seus filos estudando nas escolas particulares por que iriam se preocupar em melhorar o ensino público?

Se a pessoas ir a fundo no caso irá perceber que os alunos provenientes das escolas particulares estão exigindo direitos iguais para entrar na universidades por que não tem como pagar uma mensalidade de um curso de medicina nas Universidades Particulares. Agora eles estão sentindo-se discriminado por não terem acesso ao ensino público por problema financeiro iguais aos alunos pobres que não podem estudar em escolas particulares.

      Claro que a pessoas pode sair dizendo que os pobres passem a exigir um ensino público de qualidade. Só que tem um detalhe: o pobre quando faz manifestação é qualificado de baderneiro e vagabundo, pra entrar na justiça não tem dinheiro pra contratar advogado, os agentes públicos responsáveis pela melhoria do ensino público tem seus filhos estudando em escolar particulares e não estão preocupados com os filhos dos outros e sem falar que o ensino de qualidade inferior nas escolas públicas beneficiam seus próprios filhos que terão uma concorrência menor nos vestibulares e concursos públicos para preenchimento dos empregos na administração pública e empresas estatais.

      Esse tipo de organização nas escolas garante que as estruturas sociais permaneçam inalteradas durante o passar dos tempos.

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia

TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:
http://carlos-geografia.blogspot.com.br/2010/03/briga-pelas-cotas-nas-universidades.html

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Senado aprova limite de alunos por turmas do ensino público

As turmas de pré-escola e do 1º e do 2º ano do ensino fundamental da rede pública deverão ter no máximo 25 alunos. No caso das demais séries dessa etapa e do ensino médio, o limite é de 35 estudantes. A restrição está prevista em projeto de lei aprovado hoje (16), em caráter terminativo, pela Comissão de Educação do Senado.

O texto, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996), agora será analisado na Câmara dos Deputados. O autor do projeto, Humberto Costa (PT-PE), destacou que o elevado número de alunos por turma impede o acompanhamento e o aprendizado de cada estudante da rede pública.

Pelo texto aprovado na comissão, uma vez aprovada pelo Congresso e sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, a nova lei entrará em vigor em 1º de janeiro do ano subsequente ao da publicação no Diário Oficial da União.

Superdotados

O Senado aprovou também o projeto de lei que institui o cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou superdotados. Agora, a matéria segue para a apreciação da Câmara dos Deputados.

Pelo texto analisado em caráter terminativo pelos senadores da Comissão de Educação, todo o procedimento previsto em casos de estudantes da rede pública superdotados será consolidado pela União em parceria com o Distrito Federal e os municípios. Dessa forma, os senadores acreditam que será possível incentivar a execução de políticas públicas a esses estudantes.

O projeto de lei prevê um prazo de quatro anos, a contar da data de publicação da lei no Diário Oficial da União, para o cumprimento das regras voltadas a esse segmento estudantil.

TEXTO RETIRADO DESTE ENDEREÇO:

sábado, 13 de outubro de 2012

Dia do Professor


O Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro. 

A comemoração começou em São Paulo, onde quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para comemorar seu dia, e também traçar novos rumos para o próximo ano. 

O Dia do Professor foi oficializado nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro  de 1963. O Decreto define a razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias". 

Origem do Dia do Professor 

No dia 15 de outubro de 1827, D. Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil, e pelo decreto todas as cidades deveriam ter suas escolas de primeiro grau. O decreto também continha o salário dos professores, as matérias básicas e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia, inovadora e revolucionária.

Texto retirado: GAZETA VALEPARAIBANA

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A verdade na Educação no Brasil


De acordo com a Constituição brasileira, em seu artigo 205, “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Assegura ainda, no artigo 206, a “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.” 

Não é preciso ser nenhum grande estudioso da educação para ver que essas belas palavras da lei não são 
praticadas na vida real. No dia a dia, todos nos deparamos com uma educação extremamente atrasada e elitista que visa reproduzir a mesma lógica de dominação da sociedade capitalista. 

Uma prova clara desse descomprometimento dos governos com a educação se dá no tocante à remuneração dos profissionais da educação pública. Os trabalhadores de administração escolar recebem, na prática, um salário mínimo, e mesmo os professores, que passaram por anos de estudo e aperfeiçoamento para estar em sala de aula, recebem baixíssimos salários. 

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em levantamento realizado no final do ano passado com 40 países desenvolvidos e em desenvolvimento, o Brasil paga o terceiro pior salário, menos de 5 mil dólares por ano, no início de carreira. 

Profissionais de países como Alemanha, Suíça e Portugal ganham, em média, cinco vezes mais que os brasileiros, no chamado topo da carreira. Na nossa vizinha Argentina, os professores recebem o dobro da remuneração do Brasil. A desproporção é tão grande que, mesmo numa comparação com a Coreia, os professores primários de lá ganham seis vezes mais que os brasileiros para orientar e dar os primeiros passos na educação das crianças. Tudo isso no país que é a sexta maior economia do mundo. 

Quanto à questão educacional, a pesquisa ainda revela que a relação professor-aluno do Brasil é muito alta, 
chegando a termos em média, 30 alunos por turma, o que prejudica a compreensão e a aprendizagem das crianças. 

Essa baixa remuneração traz como consequência uma “fuga” dos jovens estudantes dos cursos de licenciatura, que servem para formar os professores da educação básica. Esses cursos, por sua vez, estão entre os de maior evasão nas universidades e recebem pouco apoio por parte do governo para garantir a formação de mais professores. 

Dessa forma, é extremamente comum, em todo o país, a contratação de professores sem o grau mínimo de 
formação nas salas de aula brasileiras. Segundo o próprio MEC, através do Censo Escolar, 32% dos professores do ensino infantil, fundamental e médio não possuem curso superior, um total de 636 mil professores, sendo esse um número crescente. No curso de Matemática, por exemplo, não passa de 20% o índice de professores com diploma de licenciatura. 

Acontece que há cerca de 30 ou 40 anos iniciou-se um movimento de avanço do setor privado na educação  
básica, e o crescimento das escolas particulares só se fez possível com a queda nos serviços públicos oferecidos à população. Na prática, os governos trilharam o caminho para a privatização do ensino em todas as esferas, e essa situação dos professores é consequência direta dessa exclusão. Quem pagaria uma escola particular tendo uma educação pública, gratuita e com qualidade? 

O sucateamento da educação não representa apenas um descompromisso, ou irresponsabilidade dos governos. É, sim, uma forma lucrativa de estabelecer um setor bilionário que se mantém graças às carências 
da educação pública. 

Mas os trabalhadores e a juventude resistem a tudo isso e lutam por uma educação de qualidade. Só em 2011 os professores realizaram greves em 12 estados, lutando por melhores condições de trabalho e remuneração digna. Só mediante a luta da sociedade teremos direito a uma educação de qualidade, e é fundamental uma intensa mobilização para pôr fim ao lucro na educação e avançar no acesso ao conhecimento, pois manter o povo brasileiro distante da compreensão dos problemas da sociedade é mais uma estratégia das classes dominantes. 

Como bem disse José Martí, “ser culto para ser livre”.

Rafael Pires, membro da coordenação nacional da UJR

Texto publicado : GAZETA VALEPARAIBANA

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dia Nacional do Livro

Viajando pelos Livros 


Você sabe por que comemoramos o dia Nacional do Livro no dia 29 de outubro? Por que foi nesse dia, em  1810, que a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil, quando então foi fundada a Biblioteca Nacional e esta data escolhida para o Dia Nacional do Livro. 

O Brasil passou a editar livros a partir de 1808 quando D.João VI fundou a Imprensa Régia e o primeiro livro editado foi "MARÍLIA DE DIRCEU", de Tomás Antônio Gonzaga. 


LIVROS
UMA VIAGEM NO TEMPO  E NO ESPAÇO

O hábito da leitura é um dos melhores exercícios mentais. Ler é acompanhar ideias e pensamentos de  outrem, saindo de nosso autismo mental.  

Se você não tem o hábito da leitura, comece lendo diariamente 1 ou 2 páginas de um livro que ache interessante. Aos poucos, isto estará enraizado em suas atividades.  

Quantos livros você leu na sua vida? 

Eu li centenas, e posso afirmar que explorar as letras é uma viagem fantástica e deslumbrante, muito maior e melhor que ver programas de televisão.  

A grande vantagem de ler é que direciona a pessoa ao autodidatismo – aprender com outros sem depender dos outros. Você lê, interpreta, e forma sua opinião – vai crescendo até compreender que a sabedoria não advém somente do saber, mas precisa dele – sem ler, como obterá conhecimento amplo?  

Ler amplia a linguagem e permite ao leitor vislumbrar oportunidades e explorar o vasto e complexo mundo à 
nossa volta, sem necessariamente empreender uma viagem literal.  

Livros leves são os indicados para os iniciantes e as crianças – aliás, cultivar o hábito da leitura em seus filhos é o maior benefício que você poderia lhes proporcionar! 

Meu princípio é ler o primeiro capítulo de um livro – se ele não me motivar,  passo para outro.  

      Assim, não perco tempo com  obras maçantes – se o autor não sabe motivar o leitor já nas primeiras páginas, dificilmente o fará nas  seguintes.

Livros sobre história são instrutivos, apesar da tendência dos autores em focalizar ideologicamente a questão  - a história é escrita pelos vencedores. 

Por exemplo, a maioria dos livros sobre história da Guerra do Brasil e Paraguai são focados na versão brasileira de “inimigo agressivo” (tese tradicional), outros levantam o interesse comercial da Inglaterra no conflito (tese "esquerdista") - enfim, poucos se atrevem a revelar fatos mais obscuros e menos ideológicos, com o massacre de crianças paraguaias pelas tropas brasileiras na fase final da guerra. 

Leia bons livros e ... boa viagem! 

Algumas sugestões de livros: 

O Peregrino 
John Bunyan(romance) 

A Revolução dos Bichos 
1984 – George Orwel (sátira política) 

A Desobediência Civil 
Henry David Thoreau (filosofia) 

O Chefe 
Ivo Patarra (jornalismo histórico)

5 Linguagens de Amor da Criança
Gary Chapman (psicologia) 

Guerra e Paz  
Leon Tolstói (romance) 

Confissões  
Agostinho de Hipona (autobiografia) 

Os Elefantes Não Esquecem 
Agatha Christie (romance policial) 

O Monge e o Executivo 
James Hunter (motivacional) 

Discipulando Nações 
Darrow L. Miller (filosofia) 

Como Despertar  o Melhor das Pessoas 
Alan Loy MacGinnis (psicologia) 

Texto Relacionado: O Livro e a Educação

Texto retirado em: GAZETA VALE PARAIBANA

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Livro e a Educação

O livro didático surgiu como um complemento aos grandes livros clássicos. De uso restrito ao âmbito da escola, reproduzia valores da sociedade, divulgando as ciências e a filosofia e reforçando a aprendizagem centrada na memorização. E, por longos anos, ele cumpriu essa missão. 

Hoje, o livro didático ampliou sua função precípua. Além de transferir os conhecimentos orais à linguagem  escrita, tornou-se um instrumento pedagógico que possibilita o processo de intelectualização e contribui 
para a formação social e política do indivíduo. 

O livro instrui, informa, diverte, mas, acima de tudo, prepara para a liberdade. 

A confecção do livro didático exige anos de pesquisa e estudos. O professor tem em mãos uma preciosa ferramenta, que complementa seus conhecimentos, expande sua cultura e funciona como instrumento de atualização. 

A cada ano, são introduzidos novos dados ao conteúdo das obras, o que possibilita acompanhar a evolução das ideias e dos conceitos. 

Ainda mais aqui no Brasil, onde se remunera tão mal os professores, não lhes permitindo passar pelo necessário processo de reciclagem. 

Infelizmente, em diversas partes do país, quem leciona não tem sequer o 2º grau e desconhece as técnicas e os processos de ensino. Nesses casos, o livro acaba se tornando única fonte e meio de informação. Em virtude disso, é básico para todo educador que o material didático ganhe em qualidade, tanto na forma quanto no conteúdo. 

Essa exigência faz com que as editoras especializadas do setor empenhem o melhor de seus esforços em desenvolver projetos visuais arrojados, aprimorem os conceitos, adicionem acessórios aos produtos de modo a possibilitar maior integração nos aspectos gráfico e editorial, o que acaba também por se tornar fator de motivação para professores e alunos. 

É dever do Estado, com seus programas educacionais, proporcionar aos alunos da rede pública de ensino o mesmo acesso aos livros de primeira qualidade utilizados por alunos da rede privada. 

A melhoria do ensino envolve interesses econômicos, políticos e estratégicos. 

Como na reforma agrária, não adianta proporcionar a terra sem que sejam, também, oferecidas as condições mínimas para que ela seja cultivada. 

Na educação, igualmente não basta acontecer a evolução do livro, embora ele seja de significativa importância. 

Antes de proporcionar uma ferramenta de qualidade ao aluno e seu professor, é preciso que ambos tenham, entre outras exigências fundamentais, condições de preparo e um lugar adequado para utilizá-lo. 

Um espaço físico que proporcione segurança, comodidade, liberdade e a possibilidade de atualização e aperfeiçoamento dos professores, o que, até o momento, inexiste na maioria das escolas brasileiras.

Autor: Wagner Soares

Texto publicado: GAZETA VALE PARAIBANA

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Ciência Política na Escola Básica

Há exato um mês, lançamos o movimento “Ciência Política na Escola Básica”. Um movimento que pretende coletar 1.300.000 assinaturas e enviar ao Congresso Nacional para que seja incluída nas grades curriculares das escolas de ensino fundamental II e médio a disciplina de Ciência Política. 

No nosso artigo de Julho, aqui pela Gazeta Vale Paraibana, explicamos de maneira bem generalizada o que gostaríamos de atingir com essa campanha. A princípio criamos um grupo pelo facebook para discutir o projeto e a viabilidade deste. 

A ideia tomou forma e fizemos o lançamento oficial do movimento no dia 01/08/2012. Comemoramos cada assinatura, cada palavra de apoio ao projeto, criamos um blog para divulgar o projeto de lei: 

www.politicanaescolabasica.blogspot.com, 
página no facebook : facebook.com/cienciapoliticanaescolabasica, 
twitter (@Politicanaesc), 
email cienciapoliticanaescola@gmail.com; 

Enfim, demos corpo ao projeto e iniciamos a campanha. Não demorou e as críticas também chegaram. Dessas críticas podemos destacar a do Filósofo Paulo Ghiraldelli que acredita se tratar de um movimento de fragmentação das ciências humanas uma vez que, no seu entender, poderia trazer uma fragilização das disciplinas de Geografia, História, Filosofia e Sociologia, além de que o conteúdo “Política” seria tratado transversalmente nas disciplinas citadas. 

Outras críticas também merecem destaques tais como: “Os professores de humanas vão perder aula”; “Organização Social e Política do Brasil (OSPB) e Educação Moral e Cívica tratavam desses assuntos”; “As escolas têm autonomia para montar o currículo”; “o Brasil já tem muita lei, pra que criar mais uma”, ou mais recentemente as pérolas emitidas pelo twitter pelo economista Gustavo Ioschpe que classificou o projeto como “desastroso” e que “o currículo precisa ser reduzido, não aumentado. E política em sala de aula vira doutrinamento” (sic). 

Pois bem, às críticas emitidas gostaríamos de esclarecer que as disciplinas de História, Geografia, Sociologia e Filosofia possuem objetos de estudos próprios e a grade de temas propostos no projeto de lei não são contemplados pelas disciplinas citadas. Tanto que antes de lançar o projeto fizemos uma pesquisa em mais de trinta livros que são utilizados pelas escolas básicas. Quanto a diminuição de carga horária dos professores, o projeto de lei contempla a atribuição dos professores a que se refere essa disciplina de Ciência Política. 

Os conteúdos de OSPB e Educação Moral e cívica eram utilizados com outros fins pelo governo da época, e o Decreto Lei 869/68 não pautava os conteúdos para serem abordados. Ainda que as escolas tenham uma relativa autonomia para montar seu currículo, são raras as escolas (não conhecemos nem uma escola pública) que modificam seus currículos diante das orientações oficiais dos sistemas estaduais e municipais. 

Ainda assim, mediante uma lei específica são criadas e retiradas disciplinas obrigatórias do currículo escolar mediante o interesse público e o contexto social e histórico que o país vive. 

Quanto às críticas emitidas pelo economista, o mesmo é a favor da reforma do MEC que pretende juntar as disciplinas do ensino médio, com o único propósito de aumentar os pífios índices do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). 

Ora, o MEC resolveu melhorar a nota do IDEB abaixando a qualidade da escola básica (pública, sobretudo), juntando Química, Física e Biologia em uma única disciplina, História, Geografia, Filosofia e Sociologia em uma mesma disciplina. Lembrando que as escolas têm autonomia para montar seus currículos, provavelmente as escolas particulares continuarão com o currículo tradicional, uma vez que o seu aluno sairá melhor preparado do que aquele te teve aula de “tudo junto e misturado”. Sendo assim, volta-se à nossa tradicional pergunta “a quem interessa o ensino público sem qualidade”? 

Quantas Organizações não Governamentais (OnG’s) se beneficiam de investimentos públicos e privados (que acabam sendo públicos, por conta da dedução de impostos) para aplicarem seus projetos que “salvam a educação”? 

Querem melhorar a nota do IDEB é fácil, diminuam a quantidade de alunos por sala de aula, melhorem a fiscalização sobre a formação inicial e continuada do professor, garantam com que o professor efetivamente trabalhe em uma única unidade escolar e seja bem remunerado por isso, criem um plano de carreira para o magistério que realmente valorize esta carreira. 

Todos os questionamentos acima apresentados esbarram nas questões políticas, não estamos falando em questões partidárias, mas políticas, pois um povo que tem consciência dos seus deveres tende a conscientizar-se, inclusive dos seus direitos, e não o contrário. 

Só para finalizar, contabilizamos neste primeiro mês: 310 assinaturas, 427 “curtir” na nossa página e 24 seguidores no Twitter. Os números são baixos? Podem ser, mas estamos no primeiro mês. 

Omar de Camargo
omacam@professor.sp.gov.br
Técnico Químico, Professor em Química
Pós-Graduado em Química

Ivan Claudio Guedes
icguedes@ig.com.br
Geógrafo e Pedagogo, especialista em Gestão Ambiental, 
Mestre em Geociências e doutorando em Geologia.

Textos relacionados:
Interdisciplinaridade
Ciências Política na Escola

Texto retirado : GAZETA VALE PARAIBANA


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A EDUCAÇÃO ADEQUADA

Por : Antônio Carlos Vieira

Observando alguns colégios, recordei-me do passado, de como era o ambiente em que estudava quando ainda garoto e também na adolescência (década de 70 do século XX). 



Tínhamos espaços para correr a vontade, as janelas não tinhas grades, os jardins possuíam flores e até mesmo o portão de entrada era em um muro que cercava todo o colégio. Não existia portão nem grades na área em que ficava as salas administrativas e salas de aulas.

Nesta época, era muito raro alguém invadir o colégio ou mesmo algum aluno evadir-se sem avisar aos professores ou a diretoria do colégio.

Mas observando as escolas atualmente, a impressão que se tem é que se está entrando dentro de uma cadeia ou pior! Levando-se em consideração que nas penitenciarias existe uma área entre o portão de entrada (que fica no muro que cerca a penitenciária)  e o portão onde fica o prédio propriamente dito e essa área nem sempre existe nos atuais colégios. O portão de entrada fica na entrada do prédio propriamente dito (não existe áreas abertas), geralmente não existe muros, as paredes externas já são as salas de aulas e isso vale para as Escolas Públicas e Escolas Particulares (principalmente essas).

Colégio Estadual Murilo Braga - SE - atualmente com grades nas janelas, com portão de
 ferro, entre uma ala e outra foram construído muros com vidros sobre os mesmo.
Em todos os colégios existem grades de ferro (isso vale para Escolas Particulares e Escolas Públicas) que impedem que alguém entre e consequentemente saiam do colégio que não seja pelo portão da frente, geralmente  controlado por porteiros e no caso das Escolas Particulares, por seguranças. Algumas Escolas  Particulares já controlam a entrada das pessoas com sistemas de câmaras de segurança (muito semelhantes aos existentes nas penitenciarias).

As pessoas (alunos, professores, pais de alunos e funcionários) entram e saem do colégio como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. Nem percebem que estão estudando no que podemos chamar de Prisões Educativas!!!!!  Onde as pessoas ficam presas e os alunos já saem educados e adequados para a realidade.

O que se está se educando?

Se formos observar os tipos de moradias, as empresas (públicas e privadas) e demais ambientes em que vivemos  tudo está protegido com grades. Claro que essas grades impedem que as pessoas entrem sem permissão nesses ambientes, mas elas também impedem que as pessoas saiam!!!!

Casa residenciais protegidas para impedir a entrada de estranhos e consequentemente
impedem que os moradores saiam livremente....
A conclusão que se pode chegar é que a educação se moldou a maneira em que vivemos ou a maneira que vivemos se moldou a educação. De qualquer maneira, qualquer criança que vá estudar nesses colégios, já saem acostumadas e achando normal se viver em ambientes como se fossem prisioneiros.

domingo, 2 de setembro de 2012

Ciências Políticas na Escola


Mais uma disciplina? 

Raquel Júnia - Escola Politécnica de Saúde 
Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) 

PL propõe inclusão da matéria no currículo escolar. Para educadores, escola é lugar da política, mas não como disciplina. 

O projeto de lei 7746/2010 inclui no currículo obrigatório do ensino médio a disciplina ciências políticas. De autoria do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM/GO), a proposta sugere que seja ensinado aos estudantes conteúdo técnico e não partidário, relacionado à história do voto no Brasil, atribuições dos cargos políticos, diferenças entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, entre outros assuntos. O projeto alteraria a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que já foi modificada recentemente para a inclusão das disciplinas obrigatórias de sociologia e filosofia.

De acordo com o site da Universidade de Brasília (Unb), que oferece um curso de graduação em Ciência Política, o estudo dessa área de conhecimento “envolve diversas disciplinas das ciências humanas, como História, Geografia, Filosofia e Antropologia”. Ainda segundo a universidade, “o cientista político é alguém que conhece profundamente a história dos processos políticos e tem habilidades para definir tendências e sugerir caminhos”. O deputado Ronaldo Caiado, ao propor que a disciplina seja obrigatória, argumenta que a mudança contribuiria para o aperfeiçoamento do processo democrático. “Os eleitores estarão mais capacitados para entenderem a realidade política à sua volta. Atualmente muitos eleitores votam sem saber a atribuição dos cargos políticos”, defende na justificativa do projeto de lei. O deputado completa: “É importante que o brasileiro saiba quais as atribuições de um governador, de um deputado federal, pois se estes o representam, é imprescindível que se saiba em que dimensão da atuação política eles estão. Assim, o eleitor terá maior noção da realidade em que está inserido, o que o levaria a um maior discernimento para votar”. 

Ao contrário do que pensa o deputado, o filósofo e professor-pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) Cláudio Gomes acredita que a filosofia e a sociologia são suficientes para trabalhar esses temas. “Para esse conteúdo técnico não precisaria de ciência política, a sociologia daria conta em um mês”, aposta. Cláudio considera também que não há mais espaço no ensino médio para mais uma disciplina. “Ficar entulhando o ensino médio com mais disciplinas a cada ano é um grande erro. Mas 
não basta dizer que não há mais espaço: essas ideias partem sempre do princípio de que o conhecimento é apenas informação ”, afirma. 

O professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e também do Programa de Pósgraduação em Educação Profissional em Saúde da EPSJV/Fiocruz, Gaudêncio Frigotto, tem a mesma opinião. “Vamos inchando o currículo cada vez mais. Agora mesmo estava lendo no jornal uma reportagem que dizia que uma escola pública estava iniciando um projeto de educação financeira proposto pela CVM [Comissão de Valores Mobiliários], pelo Banco Central, pela Bovespa. Isso significa exatamente educar para novos acionistas. A história, a sociologia, a filosofia e outras disciplinas do ensino básico já dão um fundamento para entender o homem na sociedade e o homem dentro das relações sociais”, opina. 

Para além da falta de espaço no currículo, Gaudêncio acredita também que há um equívoco na proposta do deputado de inclusão de ciências políticas no currículo do ensino médio. “Querer dar um curso de ciência política como técnica é um contra-senso em si. A política não é uma técnica, é uma relação social, de classes, uma arena de conflito numa sociedade de classes. A concepção que essa disciplina pretende passar sobre a política não é a única; é justamente a que busca alienar o estudante chegando à conclusão de que a 
política é coisa de especialistas e técnicos”, critica. 

Para Gaudêncio, uma escola que tem uma proposta pedagógica de formação a partir de uma leitura crítica do mundo pode garantir a discussão política até em disciplinas como a matemática. O educador ressalta que matérias como história, sociologia e filosofia são mais gerais e apresentam conteúdos que são fundamentais, ao contrário da ciência política com o viés técnico apresentado no projeto de lei. “Mas também no caso dessas disciplinas, depende de como são ensinadas, porque também pode se ter uma sociologia tecnicista, por exemplo”, ressalva Gaudêncio. 

Ao se pensar em incluir disciplinas no ensino médio, o professor considera que é preciso ter também a preocupação de não se fragmentar o conhecimento. “Isso pode nos distrair de que o campo do conhecimento é a unidade do diverso. Em um ângulo ou outro é preciso incorporar isso e o ensino médio tem que dar a base para entender as ciências da natureza e a ciência do homem. A história, a geografia, 
a filosofia e a sociologia são suficientes para dar essa base”, pontua.

Leia mais no site de referência: 
Fonte: http://www.epsjv.fiocruz.br/index.php?
Area=Noticia&Destaques=1&Num=429

Texto publicado no: Jornal Gazeta Valeparaibana

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