domingo, 26 de junho de 2011

A doutorice e a educação.

Por Antônio Carlos Vieira


O primeiro caso de solicitação para alfabetização, ocorrido no Território Brasileiro, foi feito, ao Governo Português quando do início da colonização do Brasil. O pedido foi feito por uma índia (analfabeta) que gostaria de ver o seu povo saber ler e escrever. Tratava-se da índia, mulher de Caramuru.
Não se sabe até que ponto é verdade, mas alguns historiadores atestaram: Madalena Caramuru – filha da Índia Moema com o lendário Diogo Álvares “Caramuru”, um dos primeiros colonizadores do Brasil – foi a pioneira na luta pela alfabetização das mulheres no Brasil. Em carta escrita em 1561 ao jesuíta Manoel da Nóbrega, a cabocla pedia que as crianças indígenas fossem tratadas com dignidade. Entre outras coisas, queria que meninos e meninas indígenas aprendessem a ler. Mas, veja só, nem todas as mulheres estavam de acordo. Nóbrega levou o pedido à regente de Portugal, D. Catarina, que negou, argumentando que a iniciativa de Madalena era ousada e perigosa. Na educação, assim como em outros quesitos, as mulheres ainda esperariam um longo tempo para conseguir igualdade de condições com os homens.
Durante o governo do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que só tem o chamado Antigo Primário, e por isso é chamado de analfabeto e outros adjetivos, foram construídas 14 Universidades Federais (maior quantidade construída em um único governo), 117 campis de universidades (todas no interior do país), ampliou as vagas nestas universidades de 113,9 mil para 222,4 mil entre 2003 e 2010, criou acesso as universidades através do PROUNI para mais de 400 mil alunos carentes econstruiu 214 Escolas Técnicas (oferta de 500mil matriculas).
A população brasileira (inclusive grande parte dos professores) foi educada a acreditar que só deve ser deputado, senador e presidente quem passou pela Universidade, comprovando casos de doutorice (clique aqui). Existem muitos casos de pessoas criticarem o ex-Presidente Lula por este não saber falar Inglês e não se dão conta que ele era Presidente do Brasil e o idioma oficial é o Português e o Brasil não é e nunca foi colônia de nenhum país com este idioma. Somos ex-colônia de Portugal e por isso a herança do Idioma Português!
Mas, se formos fazer uma pesquisa por esse Brasil afora e nos últimos anos, precisamente depois do Regime Militar, iremos notar que os políticos que mais fizeram pela educação não são os chamados Doutores. O caso mais impressionante foi o do Governo de FHC (Fernando Henrique Cardoso), onde foi proibido a construção de novas Escolas Técnicas pelo Governo Federal, ocorreram demissões de professores de universidades e até ameaça de fechamento ou privatização de algumas delas.

BIBLIOGRAFIA:
Revista de História - Biblioteca Nacional 
ANO 5 Nª49 OUTUBRO 2009

domingo, 19 de junho de 2011

Dose de preconceito

Personagens de Monteiro Lobato salvos da preguiça e da ignorância pela doutorice do autor

 Emília, Narizinho, Dona Benta, Cuca e Saci-pererê são alguns dos personagens facilmente lembrados quando o assunto é o escritor Monteiro Lobato (1882-1948). Fora do mundo encantado que o consagrou como o criador da literatura infanto-juvenil, ele se envolveu em grandes temas nacionais, como a defesa de uma industria siderúrgica e de uma exploração petrolífera 100% brasileira. Esse fervor ultranacionalista influenciou sua obra literária, que incluía embates contra o que ele mesmo chamou de “doutorice”. Para lobato, a mocidade estudantil, muito encantada pelo bacharelismo, afastava-se da realidade nacional.
Mas é possível reparar que sua anti doutorice tem um quê doutoral. Ao reunir suas aramas contra a doutorice, o autor se municiou de um discurso cientifico e por vezes presunçoso. Há tos autoritários e preconceituosos nas narrativas que criaram os personagens Jeca Tatu e Zé Brasil.
Lobato tinha contato com a população rural do Vale do Paraíba desde a infância. Em 1911, herdou as terras de um avô em Taubaté e adotou técnicas agrárias modernas. Sua experiência como fazendeiro foi amarga, sem colher êxitos, mas não infrutífera: serviu para que se interessasse pelos problemas da lavoura e do trabalhador rural.
Na coletânea de contos Urupês, de 1914, surgiu o personagem Jeca Tatu: indolente, atrasado, matreiro, ignorante e preguiçoso. Diante de uma recepção desfavorável, o escritor se defendeu das acusações de Jeca: “O Jeca não é assim, está assim”. Em grande parte, ele apontou que os problemas da população rural eram matéria de saúde pública, e não culpa do próprio Jeca.

Em fragmento intitulado “Rápido Croquis”, e Jacatatuásia, ou seja, uma Ásia de Jecas. Na base da pirâmide dessa sociedade estava uma grande massa de meros puxadores de enxada. Sabendo que quase nenhum lavrador gozava de boa saúde, pode-se vislumbrar o tamanho do problema. Bem sadia e fresca, no topo da pirâmide, estava a doutorice. “Na cúspide”. Escreveu Monteiro Lobato, “um bacharelismo furiosamente apetrechado de diplomas e anéis com pedras de todas as cores”. No meio, do nada. “A classe fecunda, a classe obreira do progresso industrial”, inexistia. Na sua falta, o país a importava. Entre o Jeca e o doutor havia uma “cunha estrangeira”, apontou o nacionalista Lobato, que chegou a acenar contra a “invasão imigrantista”.
Ficou claro que para o autor que o problema era inserir Jeca na classe produtiva. Caso contrário, na visão dele, a massa caipira seria imprestável. Mas poderia prestar, por exemplo, se conseguisse emprego numa industria automobilística, outra frente de batalha de Lobato. “Depois que Henry Ford demostrou como se aproveitam até cegos e aleijados, ninguém tem o direito de alegar que não presta”, sentenciou ele no livro Mister slange o Brasil, de 1927. “O mesmo cego, que aqui não presta para coisa nenhuma, em Detroid produz igual a um homem perfeito e ganha seis dólares. O Brasileiro precisa de condições para prestar”.
Na época em que escreveu sobre o Jeca, no início do século XX,, não havia industria automobilística no Brasil e o personagem nã iria procurar emprego. Ele era preguiçoso por sere a contrapartida do bacharelesco parasitismo de doutores. Segundo Monteiro Lobato, enquanto a doutorice se agarrava como carrapato às tetas do Estado, os “vagabundos indisciplinados” pulavam como pulgas nas classes baixas.
Os estrangeiros eram, na opinião de Lobato, de “raça mais apta” para progredir e enriquecer. Enquanto isso, o negro, o “fator secular da movimentação agrícola”, depois que se viu sem o providencial “chicote espevitador dos seus brios”, era um peso morto, uma “quantidade negativa”. O resultado disso tudo era: quem fosse brasileiro e não pudesse se doutor, que se assumisse como indolente. Não é à toa que um problema do qual o Jeca ressente é o “italiano”, seu vizinho europeu e branco, laborioso e progressista, que sua e produz, enquanto o Jeca, invejoso e acabrunhado, se acocora e pita. Mas num dia de sorte, passa por sua casa um médico. O doutor faz um diagnóstico certeiro: estava com amarelão (ancilostomíase, doença parasitária intestinal). Receitado um remédio, o médico recomendou que parasse de andar descalço. Jeca “não acreditava muito nas palavras da Ciência”, mas comprou os remédios e botinas.
Quando o médico reapareceu, ele estava saudável, produtivo e enriquecendo. O doutor explicou cientificamente o que Jeca tinha, mas o caipira era daqueles que “Só vendo”. Depois de mostrar ao paciente uns “bichinhos miudíssimos” pela lupa, o médico aconselhou:”Daqui por diante, não duvide mais do que a ciência disser”.
Enquanto Jeca trabalhava e progredia, o vizinho estrangeiro se assombrava e largava no ar intejeições: “Per Baco!”, “Per la Madonna” O nacional Jeca, em obediência ao autor, americanizava-se. Comprou um Caminhão Ford e só “pensava em melhoramentos, progressos, coisas americanas”. Finalmente Lobato e o Jeca estavam reconciliados. A criatura se comportava como desejava seu criador, americanizado e moderno. E a criatura faria até um superação, já que seria bem sucedido como como fazendeiro, o que o escritor não foi.

Em 1947, Lobato criou o personagem Zé Brasil. Diferente do Jeca, ele sempre trabalhou muito mas é muito pobre e azarado. Não tem doutor para dar remédio e ainda tem um patrão cruel. Zé Brasil vivia como agregado nas terras de Tatuíra – de onde foi expulso quando o latifundiário deitou olhos gordos sobre a beleza de sua roça -, enquanto Jeca Tatu não fazia nada e era proprietário. De qualquer jeito, tudo o que se atribuia a um se dizia também do outro: vadio, indolente, sem ambição, imprestável. Ninguém reparava os males que os derrubavam: a doença, no caos do Jeca, e a exploração, no caso do Zé.

Não doutro como o caipira azarado possa conversar. Mas Zé Brasil tem em Monteiro Lobato um interlocutor, como o médico do Jeca. O literato ensina, explica, esclarece ou instrui. E aí, precisamente, que Lobato deixa transparecer sua doutorice. “Se, sendo tão poucos, os Tatuíras dominam e exploram vocês, que são milhões, isso vem duma coisa só: falta de conhecimento por parte de vocês. É que vocês não sabem!” O Zé não tem esclarecimento de como as coisas são. Ambos dependem de revelações cientificas, do saber médico ou do saber dos comunistas.
Mas os argumentos de Lobato sobre o homem do campo nada têm de encantador. Na Jecatuásia, há negros tachados de vagabundos. Em Jeca Tatu, o caipira, depois de se render a Sinhá Ciência e de virar opulento fazendeiro made in América, almeja o brasileirismo título de coronel, que ecoa o atraso tantas vezes associado ao Brasil rural. Em Zé Brasil,k o caboclo é “curado” por Prestes, que lhe é apresentado por uma voz que sabe e ensina, o próprio Lobato.
Foram duas curas bem distintas. De fato, havia um sério problema de saúde pública, e Jeca Tatu contribuiu muito para uma sociedade que, gradativamente, adotava meios de comunicação de massa. O Laboratório Fontoura chegou a imprimir centenas de milhares de exemplares do Jeca Tatu. O folheto de Jeca é tão popular que até o Zé possuía o seu exemplar em sua casinha pobre de tudo. Já a primeira edição de Zé Brasil, lançada em 1947 pela Editorial Vitória (ligada ao PCB), foi logo apreendida em batidas policiais. Zé Brasil era tão subversivo que até hoje se encontra no prontuário do escritor na política paulista.
Anunciar um caipira politicamente atuante, como Lobato fez como o Zé Brasil, não é uma opção nova. Em folhetos marxistas dos anos 1940, é comum o operário se dr conta de que precisa aprender o “segredo” do funcionamento da sociedade depois de ouvir a voz esclarecida da vanguarda. Ele sente o peso de sua realidade sofrida, mas não consegue refletir direito, necessitando do doutorias esclarecimentos da ciência marxista.
Às margens da Baia de Todos os Santos, estavam humildes casebres de taipa parecidos com a morada triste de Zé Brasil. Ali residia a força de trabalho, que teve um convívio com o ouro negro bem diferente da breve experiência do literato. Lobato partiu do Rio ansioso para visitar as cacimbas do poço que foi perfurado em 1939. Cheirou, lambuzou-se e sentiu nos dedos o betume viscoso, preto e fedorento. Inebriado, levou-o num garrafão, feliz com a prova de que tinha razão, de que o Brasil tinha petróleo.
A experiência dos milhares de Zés e Jecas foi árdua e longa. Participaram, de forma criativa e valorosa, da construção de uma economia nacional desenvolvida. Viveram e criaram um mundo em alguma medida distante das doutorices alheias, com experiências que desconcertam, porque são autônomas e imprevisíveis. Sim, sempre prestaram. E para prestar não precisaram de descobertas políticas reveladas pela doutorice de ninguém. A Jecatatuásia apresenta uma realidade surpreendentemente encantadora.


Antônio LUIGI NEGRO é professor da Universidade Federal da Bahia e autor de Linhas de Montagem, o Industrialismo Nacional Desenvolvimentista e a Sindicalização dos Trabalhadores (BOITEMPO, 2004).

Revista de História

Biblioteca Nacional
ANO 5 Nª49 OUTUBRO 2009

quarta-feira, 8 de junho de 2011

CORRUPÇÃO SE APRENDE NA ESCOLA


Por Antônio Carlos Vieira


      Quando vemos os noticiários sobre corrupção de alguns administradores, políticos ou mesmo funcionários públicos, sempre nos perguntamos: onde nós estamos. Estamos cercados de corrupção por todos os lados! Em um grau maior ou menor! Sim! Às vezes chegamos a nos indagar: mas fulano quando estudava, trabalhava ou mesmo era de nossa convivência não era assim. Será? Já parou pra pensar que nós aprendemos corrupção no dia e dia e não estamos sequer percebendo? Percebemos apenas quando a mídia divulga algum político de um ou outro partido, nas esferas dos poderes constituídos, que cujo interesse às vezes é partidário e não para se resolver o problema.
     Vamos ver alguns fatos que ocorrem no dia a dia de uma escola, que demonstrará claramente que a corrupção existe no dia a dia do cidadão, e o que é pior, a mesma é aprendida e copiada também nas escolas. Poderíamos tomar como exemplos outros ambientes, tais como: uma igreja, uma repartição pública ou mesmo um clube social.
     Mas, o fato de se ter escolhido uma escola, é que esse ambiente é singular no aprendizado do cidadão para a cidadania, e, portanto, perfeito para se entender onde aprendemos e aperfeiçoamos a corrupção. E pior, na maioria das vezes, nem percebemos que tais coisas estão sendo ensinadas ou copiadas pelos nossos alunos e professores.
Vejamos alguns exemplos:
     Quando passamos trabalhos em grupo, para se fazer em sala de aula ou mesmo em casa, geralmente, um ou outro aluno não faz nada e coloca o nome no grupo de trabalho e recebe a nota como se tivesse participado do mesmo. O grupo não questiona a participação do mesmo, e ainda o defende perante o professor, mesmo se ele for argüido e não souber explicar nem uma linha do trabalho. Vocês já perceberam que no trabalho alguns colegas batem o ponto por outro pra que não fique registrado o atraso, ou mesmo a ausência, e às vezes é defendido pelos colegas como se o mesmo realmente compareceu ao trabalho naquele horário. Tanto no exemplo do Trabalho em Grupo na Escola e do funcionário que não bateu o ponto, ambos as pessoas que não fizeram nada serão beneficiadas. Isso não é corrupção? Interessante, os nossos representantes nas Câmaras Legislativas Municipais, Estaduais e Deputados Federais e Senadores fazem a mesma coisa. Será coincidência? Qual a diferença?
     E aqueles alunos que nem sabe seu nome direito e vive a lhe trazer presentes? Quando chega numa avaliação, o mesmo não sabe nada e chega para o professor e diz: aí professor! Sabe como é? Sou seu amigo e coisa e tal! Aí o professor faz vista grossa e passa um trabalho (dá um jeitinho) e coisa e tal e os alunos são aprovados. Isso quando não vem a ordem dos nossos coordenadores e diretores de escolas (às vezes o aluno é amigo do diretor e coordenador) pra passar um trabalho (dar um jeitinho) pra ajudar o aluno. No funcionalismo público, acontece uma coisa interessante. Às vezes, temos que marcar uma  consulta em um posto médico, tirar um documento em uma secretaria, ou mesmo estamos numa lista pra conseguir a casa própria ou de um concurso. Não é que, em muitos casos, dando algum presentinho as pessoas que são responsáveis por tais coisas a tal pendenga se resolve! Lembram quando o político lhe oferece facilidades na coisa pública, lhe dá um emprego ou a alguém da sua família e você vota nele. Ou, quando você, vai ao gabinete de tais políticos pedirem pra que ele lhe facilite a vida em algum órgão publico de alguma coisa pendente ou mesmo arranjar um empreguinho (e você nem sempre precisa a se submeter a este tipo de coisa). No congresso os deputados votam em projetos do governo dependendo se terem ou não um ministério, uma secretaria ou uma diretoria, ou um emprego para um parente. Qual a diferença? Estão vendo a semelhança?E quanto às leis que dão vários direito aos alunos. É recuperação da recuperação, provão da recuperação e acaba alguns alunos sendo aprovado sem sabe ler e nem escrever direito. Fora da escola temos aquelas leis que o cara vai preso e tem direito a tanta coisa que a gente tem a impressão que o mesmo nunca foi e nunca será punido. E quando nossos políticos são pegos com a mão na botija? Ai vem o tal de foro privilegiado, imunidade parlamentar, só pode ser julgado pelo supremo e por ai vai. Engraçado! Será pura coincidência a semelhança de tais facilidades ou impunidades?

     E os alunos que são matriculados um mês ou mais depois de terem começado as aulas? E aquele funcionário público que foi contratado na época da eleição? Em ambos os casos são proibidos por lei. Mas, os nossos diretores de escolas e Administradores públicos fazem isso pra agradar o aluno e o eleitor. Tudo é pra agradar o aluno e também eleitor.
     E as eleições para o Conselho Comunitário e Grêmio Escolar? Já perceberam que os participantes dos mesmos geralmente são alunos não muito chegados ao estudo em sala de aula e que os mesmo geralmente defendem alunos que não fazem nada e vivem a perturbarem os  que querem alguma coisa, só para ganharem os votos. Chegam, inclusive, a pressionar os professores para ajudarem os colegas, que estão muito ruins de nota. Sem dizer que em alguns casos os candidatos são indicados por diretores e coordenadores do colégio. Será que a semelhança com as eleições dos nossos representantes nas câmaras legislativas municipais, estaduais, deputados federais e senadores é pura coincidência? Ou os adultos já vieram das escolas com esse aprendizado?
     Eu pergunto mais uma vez: será que nossas escolas não é um bom exemplo de como aprendemos a ser corruptos? Ou será apenas imaginação fértil de mais um professor tolo?

     O pior, é que nossos alunos são os primeiros a exigir ética dos políticos e fazem as coisas, iguaizinhas aos mesmos. Agora, faz o seguinte, pegue esse texto e passe para alunos de qualquer escola e peça pra ele dar uma opinião sobre isso. Certamente, eles irão dizer que você é um calunioso, pois, nas nossas escolas não existe nada disso. É pura imaginação de um professor de escola pública.

Antônio Carlos Vieira -Professor de Geografia(SEED-SE)


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