domingo, 3 de novembro de 2019

A CARTA III

A comunicação antes da escrita


analfabetismo é classificado em vários tipos e depois de alfabetizado no nível mais básico que é ler e escrever as palavras, em seguida vem o analfabeto funcional que sabe ler escrever, mas sem saber interpretar ou fazer uma análise da leitura.

Com o passar do tempo é comum os idiomas se atualizarem criando novas palavras e até mesmo alterando regras para que facilite a escrita e o aprendizado da mesma, mas ultimamente o nosso gloriosos Idioma Português vem sofrendo muitas alterações e de maneira rápida. Claro que essas alterações nem sempre são absorvidas pela população e muito menos traz facilidade, como é disseminada por nossa gloriosa imprensa e repetida pelos exércitos de teleguiados.

Mesmo depois de muito tempo ainda encontro pessoas escrevendo a palavra Aracajú (com acento mesmo), o que se vê e que sempre aparece rapidamente um desses corretores ortográficos que decoram as regras gramaticais, melhor que qualquer computador, para inferir que a pessoa errou ! Chamar a atenção que nas regras gramaticais não informa que esteja escrito errado (se diz que está em desuso!) e quando questionado por que está errado, o corretor informa a nova regra diz que Aracaju não recebe acento. Eu fico me perguntando: quem criou essas regras? por que criou? O que muda colocando o acento ou não? A palavra com acento passa a significar uma coisa diferente que seja a capital do Estado de Sergipe?

Estranhamente, grande parte desses corretores ortográficos não sabem explicar o porquê, no máximo tentam convencer que foram criadas para facilitar o aprendizado e a escrita do Português. Facilitar! Como já coloquei em textos anteriores, facilitar a escrita criando uma regra suprimindo uma já existente? Por que não deixaram ficar valendo as duas regras, já que a pessoas não erraria escrevendo usando ou não o acento? tenho minhas dúvidas se essas regras foram realmente criadas para facilitar !

Outro fato é que as novas gerações confundem regras para a Linguagem Escrita com a Linguagem Falada e querem impor as regras na linguagem como se as pessoas falassem escrevendo. Será que nunca passou pela cabeça dessas pessoas que a linguagem falada precede a escrita e é a linguagem falada que determinou o surgimento do idioma. Aliás, a linguagem falada utilizada no dia a dia, na nossa comunicação, é a responsável pelo surgimento de novas palavras e novas maneira de se organizar a fala.

A parte interessante é que essas novas regras são criadas eliminando todo o conhecimento das gerações anteriores e na realidade é como se ficassem a exigir que as gerações anteriores abandonem todo o aprendizado, para ter de aprender a falar e escrever o que as novas gerações estão impondo. Do jeito que a coisa vai, provavelmente uma única geração terá que aprender e reaprender o idioma várias vezes, ou seja, é como fossemos obrigados a aprender uma nova linguagem a cada geração !

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