por Denise Cesario* –
“Imenso é o desafio da Educação brasileira e seus profissionais 
no combate ao trabalho infantil: identificar e notificar os casos, 
sensibilizar as famílias e a comunidade, manter o interesse das crianças
 e dos adolescentes na escola e somar esforços com a rede de proteção 
social”, afirma Denise Cesario
No processo de educar o ser humano, leva-se em consideração a Educação familiar, onde são transmitidos os valores e costumes daquele núcleo, e a Educação formal, responsável por transmitir os ensinamentos curriculares, desenvolver competências e promover o desenvolvimento pessoal e social. A evolução da espécie Homo sapiens ocorreu dada a sua diferenciada capacidade cognitiva, que possibilitou superar todos os obstáculos durante a Pré-história e tornar-se a espécie humana mais hábil no processo evolutivo.
No processo de educar o ser humano, leva-se em consideração a Educação familiar, onde são transmitidos os valores e costumes daquele núcleo, e a Educação formal, responsável por transmitir os ensinamentos curriculares, desenvolver competências e promover o desenvolvimento pessoal e social. A evolução da espécie Homo sapiens ocorreu dada a sua diferenciada capacidade cognitiva, que possibilitou superar todos os obstáculos durante a Pré-história e tornar-se a espécie humana mais hábil no processo evolutivo.
Dando um salto histórico, na era contemporânea, especialistas e 
estudos comprovaram que as nações preocupadas com seu desenvolvimento 
econômico, devem investir desde a Primeira Infância na Educação de seus 
cidadãos. Do mesmo modo, a neurociência e a economia já atestaram os 
resultados significativos em pesquisas cognitivas e na economia aferida 
no investimento realizado em Educação por indivíduo x redução do custo 
social.
O desenvolvimento pessoal, econômico, social e civilizatório, 
estão relacionados às oportunidades educativas e para as populações mais
 pobres, a educação é a única maneira para se romper o ciclo de exclusão
 social e de violação de direitos.
Assim, para que todos continuemos progredindo, a fim  de mudar a 
realidade drástica a que muitas famílias brasileiras pobres 
e extremamente pobres vivem, é preciso priorizar a Educação de qualidade
 como política estruturante e investir na Educação Integral das crianças
 pequenas e no Ensino Profissionalizante, se quisermos gerar 
oportunidades e romper o ciclo vicioso entre pobreza e trabalho  
precoce. Afinal, a relação escola x trabalho infantil é perversa para as
 crianças e adolescentes pobres, cujas famílias contam com a renda deles
 para a sobrevivência e vislumbram a atividade laboral como uma proteção
 contra o envolvimento com a criminalidade, reforçando mitos de que o 
trabalho precoce deve ser imposto às populações mais vulneráveis.
A realidade, contudo, mostra o oposto: quanto mais cedo se trabalha, 
menor é a possibilidade da criança ou adolescente de mudar sua estória, 
trajetória de vida e alterar o padrão econômico do seu grupo familiar. O
 trabalho infantil traz inúmeros prejuízos ao  desenvolvimento do ser 
humano e conciliar a atividade laboral com os estudos é tarefa 
impossível e que resulta na evasão escolar, pois as atividades 
realizadas nessas circunstâncias estão, em maior parte, entre as piores 
formas de trabalho disponíveis e inseridas nas categorias insalubres, 
penosas e perigosas.
Imenso é o desafio da Educação brasileira e seus profissionais no 
combate ao trabalho infantil e requer a articulação de vários agentes e 
iniciativas: identificar e notificar os casos, sensibilizar as famílias 
e a comunidade, manter o interesse das crianças e dos adolescentes na 
escola e somar esforços com a rede de proteção social. Desafio maior 
ainda é o do País em colocar a Educação como uma prioridade, com 
contínuo e adequado investimento em infraestrutura, insumos pedagógicos,
 formação e valorização salarial dos profissionais. O desafio de fazer 
entender a Educação como ferramenta na transformação da vida de  
milhares de crianças, adolescentes e suas famílias, classificadas na 
pirâmide social brasileira como pobres e extremamente pobres e assegurar
 a elas um dos direitos fundamentais mais significativos na evolução da 
espécie humana – o de aprender.
Na Agenda 2030 para
 o Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ONU), 
as nações signatárias devem focar em prioridades para transformar o 
mundo.  Não por acaso, entre seus objetivos estão: assegurar a Educação 
inclusiva e de qualidade, com oportunidades de aprendizagem para todos 
(as) e gerar crescimento econômico com emprego pleno e trabalho decente 
para promover a justiça social.
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*Denise Cesario é socióloga, especialista em direitos da Infância
 e Adolescência e MBA em Gestão de Projetos Sociais pela ESALQ,  da 
Universidade de São Paulo (USP). Atuou nas áreas da assistência social e
 Educação no setor público e privado. Trabalhou na Fundação Abrinq por 
18 anos, se aposentou em abril/2019 como Gerente- Executiva.
Texto replicado: Carlos -Professor de Geografia

 
 
Com certeza irei indicar esse post para os colaboradores de nosso colegio zona norte sp
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