Sempre que analiso os nossos livros escolares, noticiários e documentários (imprensa falada, visual e escrita) sobre o nosso continente americano, vejo que o interesse maior é quase que todo voltado para mostrar as qualidades dos Estados Unidos e a visão que eles possuem do mundo. O mesmo vale em relação aos países Europeus e agora um pouco os países ligados , pela globalização, a economia destes (Japão, as duas Coreias e por incrível que pareça a China). E como ficamos em relação a nossa história, cultura e economia dos povos que formaram e formam todo o nosso continente americano.
É preciso despertar nos estudante, o interesse pela América – continente esquecido e não estudado suficientemente nos programas escolares, os quais têm preferido abordar os antigos centros de civilização (Egito, Mesopotâmia, Grécia, Roma e outros), não considerando que os povos pré-colombianos também construíram brilhantes civilizações, mas que foram destruídas, escravizadas e oprimidas em grande parte pelos conquistadores e ainda, infelizmente, continuam sendo pelos “novos conquistadores”.
Observa-se também, na vida escolar, o estudo superficial e ingênuo da geografia. A América do Norte e os países desenvolvidos da Europa são estudados de forma a despertar no aluno o sentimento de “inveja” quanto ao desenvolvimento por eles alcançado ou pelos seus modelos de vida sem contudo proceder-se á uma análise objetiva dos meios utilizados para tal desenvolvimento, negligenciando-se, inclusive, o estudo do processo processo histórico. Esse comportamento tem sua origem na própria dependência cultural que caracteriza os povos subdesenvolvidos. Tal dependência nos conduz a pensar e interpretar os fatos como eles, ou, em outras palavras, nós que somos, ignorando-se que suas grandezas são também nossas (da América Latina, da África e de grande parte dos países asiáticos), pois eles se desenvolveram-se, entre outros fatores, também à custas do que fizeram e fazem com os povos subdesenvolvidos.
Acreditamos ser necessário, para o estudante do 2º grau, entrar em contato com essa realidade. Sabemos que depois que ele ingressa na universidade, dependendo do curso que escolher, raramente terá oportunidade de estudar a realidade social. Assim sendo, poderá ser um excelente profissional (médico, engenheiro, químico, físico, etc), ams um péssimo cidadão, na medida em que continuará ignorando os problemas da sociedade, a qual ele pertence e sempre pertencerá, pois ele é, antes de tudo, um ser social.
Texto adaptado do livro : Geografia da América de Melhem Adas (Editora Moderna) e editado (atualizado) por Antônio Carlos Vieira.
Texto replicado: CARLOS - professor de geografia
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