terça-feira, 17 de maio de 2011

ASSASSINANDO A LINGUA PORTUGUESA


Por Antônio Carlos Vieira

Adesivo utilizado nas eleições presidenciais do Brasil
          O Ministério da Educação lançou um Livro Didático “Por uma vida melhor”, para 465 mil estudantes jovens e adultos e vem causando a maior polêmica. O problema é que o livro defende uma suposta supremacia da língua oral sobre a língua escrita e admitindo a troca de conceitos “certo e errado” por “adequado e inadequado”.

          Este procedimento está causando a maior polêmica aos que defendem a norma culta e erudita. Só que esta polêmica me chamou a atenção um fato interessante, a Língua Portuguesa vem sendo adulterada e achicalhada já faz um bom tempo. Basta vermos a imensa quantidade de palavras inglesas que estão sendo utilizadas no nosso dia a dia (já faz um muito tempo) nos livros escritos, nos telejornais e até mesmo na internet. A grande maioria destes termos existi equivalente no vocabulário Português e não vi ninguém se manifestar em defesa do Português escrito de forma culta e erudita. Em algumas ocasiões, no mesmo assunto, se usa palavras em Português e no mesmo instante se utiliza a palavra em inglês significando a mesma coisa, veja vídeo, com um trecho do Jornal Nacional da Rede Globo noticiando sobre as Centrais de Atendimento ou “CALL CENTER” (se pronuncia coll center), logo abaixo :

          Não podemos defender supremacia da Linguagem Oral sobre a Língua Escrita e também não podemos admitir uma mistura da Língua Inglesa com a Língua Portuguesa. Tem que se deixar claro que Linguagem Oral é uma coisa e Linguagem Escrita é outra, da mesma maneira que Inglês, Português, Francês, etc, são idiomas diferentes e não se deve incorporar palavras de idioma em outro quando já existe o termos correspondentes.

          Os argumentos para se usar tantas palavras inglesas junto a língua se faz por vários motivos: acham o inglês mais bonito, é “CHICK” (ou seria chique!!!), temos que enriquecer o nosso idioma (puro complexo de inferioridade), que o inglês é mais fácil (feito pra pessoas com deficiência de inteligência!!!), etc e etc. Já os que querem mudar as Regras Gramaticais e igualar a escrita a Linguagem Oral estão procurando desculpara para não ter que aprender o Português corretamente (preguiça) ou tem deficiência de inteligência para aprender o idioma corretamente.

          O mais estranho, nisso tudo, é que em Portugal é proibido publicar livros, em Português, colocando-se palavras inglesas quando da existência das mesmas no vocabulário da Língua Portuguesa.

ATUALIZAÇÃO (20-05-2011 as 15:00h)
          Abaixo outro vídeo onde se discute a publicação de um livro (lançado pelo MEC) que gerou discussão sobre a Linguagem Oral Portuguesa e a Língua  Portuguesa Escrita, com Monica Waldvogel da TV Globo:

8 comentários:

  1. Assino embaixo!Sou professora de Português em escola pública -Ensino Médio e Fundamental- e venho nessa luta há 20 anos! Inclusive há um outro "porenzinho": professores, em sua maioria do sexo masculino que com a desculpa de não ter caligrafia, que a letra é feia, adotam em sala de aula a letra de forma.Resultado: os pequeninos do Ensino Fundamental passam a segui-los. Já estão aparecendo RGs com a assinatura do portador em letra de forma(imprensa)! É achincalhe em dobro! Ilva

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde!eu nem sei por onde poderia começar,já que ultimamente venho perdendo as forças no que concerne a falr de nosso país!estamos simplesmente escravisados em todos os âmbitos! a nossa cultura está sendo pisoteada...se nós,numa roda de conversação,perguntarmos a alguem o que é Semiologia,Semântica,é arriscado sermos julgados e condenados.Num país em que uma prefeitura nem sequer tenta restaurar os seus patrimônios!estamos assim,enquanto não dermos um basta,perderemos a nossa autenticidade.

    ResponderExcluir
  3. "O problema é que o livro defende uma suposta supremacia da língua oral sobre a língua escrita"

    Isso sequer é verdade. Se queres discutir um assunto seriamente, comece pela honestidade intelectual, apresentando os fatos como eles são, e não como vc gostaria que fossem.

    O livro NÃO defende a supremacia da "língua oral" sobre a "escrita". Em nenhum momento e em nenhuma página. São vcs que querem definir a discussão como sendo essa.

    O que realmente se diz no livro é que é possível falar de forma não adequada à norma "culta", o que é a mais pura e límpida verdade.

    Aos fascistas da norma "culta" digo o seguinte: a língua falada, inclusive aquilo que "vossas santidades" chamam arbitrariamente de "jeito errado de falar", é tão parte da língua portuguesa que vcs FINGEM defender quanto a norma "culta".

    Esta não define, nem esgota a nossa língua. Quanto antes vcs entenderem o simples fato de que a nossa língua pertence a todos nós, que e vcs não tem o monopólio da língua, nem o poder de definir o que é "certo ou errado" em relação a ela, melhor pra vcs mesmos.

    ResponderExcluir
  4. Ora nenhuma defendi o que o livro defende e também não fui contra. O que defendo está na frase a seguir "Linguagem Oral é uma coisa e Linguagem Escrita é outra" e se olharmos bem, cada uma tem a sua finalidade. E o mais interessante é que a linguagem oral é mais comunicativa e veio primeiro que a linguagem escrita. Sempre quem determina a comunicação, no decorre do tempo da humanidade é a linguagem oral, as Linguagens faladas surgiram primeiro que a escrita e as pessoas aprendem primeiro a oral idade e depois a escrita. A Gramatica e os dicionários surgiram para confirmarem a linguagem falada e não o inverso.

    ResponderExcluir
  5. Creio que no mundo globalizado, mas precisamente digitalizado a linguagem escrita suplanta a oral.
    A comunicação e estabelecida , só que em algumas situações a cria-se um duvida a veracidade das informações recebidas, o que diferetemente aconteceria n a linguagem oral, pois a comunicação e direta e portanto mais esclarecedora.
    A quem uma ou outra é mais importante , e uma questão muito relativa. E u ja li livros que dizem que a linguagem escrita assume a supremacia a linguagem falada, pois a ultima sofre alterações no transcurso dos anos , enquanto a escrita permance como registro inalterada.
    * Minha unica certeza é que a Língua Portuguesa quer seja na linguagem escrita ou oral e muito difícil de usada na forma correta.

    ResponderExcluir
  6. O mais interessante na discussão é que aqueles que acusam o MEC de que querer emburrecer os alunos, nada dizem sobre a "linguagem escrita" adotada por TODOS os jovens e muitos adultos na Internet, onde tudo se abrevia. Mas não os vejo falando como lá escrevem todos os dias e por vezes várias horas por dia. Ora, meu filhos estudaram em várias escolas, inclusive no CA da UERJ e leram textos abordando essas diferenças. Filhos de amigas minhas fizeram o supletivo por módulos do Estado e também tiveram que estudar essas diferenças das linguagens escrita e oral. E nada disso os influenciou. O que precisamos é exigir o resgate do bom ensino público, com bons salários e condições dignas de trabalho para os professores, com a possibidade permanente de reciclagem e o respeito as diferenças entre os alunos. Isso não aocntece aqui no RJ, onde, em geral, a nivelação é por cima.Quem, por vários motivos, em geral histórias familiares difíceis, não acompanha, é deixado para trás. Essa poítica de premiar resultados com bonus salarial é péssima, para não dizer indecente. Só poderia partir de governantes que nada entendem de educação e absolutamente indiferentes ao ensino publico, já que não o utilizam. Vemos na televisão dezens de bons exemplos sobre como atrais a atenção dos alunos e sempre incentivá-los a ler, o que ajudará na evolução das várias formas de linguagem.

    ResponderExcluir
  7. O que eu li do texto do livro do MEC não fala nada sobre supremacia de uma língua sobre a outra.
    Ele fala em "dinamicidade". A língua muda constantemente... Ela é viva. Haja vista a atualização do código gramatical que estará válido a partir do ano que vem.
    Não usaremos mais trema, pingo no jota, etc. Eu ainda uso, porque acho tudo isto uma tremenda besteira. Eu cresci escrevendo assim, de repente tudo que aprendi não serve mais.
    Toda esta polêmica é mais uma obra da oposição que quer criar uma confusão para, mais uma vez, tentar desestabilizar o governo e "se vingar" pelo ocorrido com a cartilha de Paulo Renato, Secretário da Educação em São Paulo no governo José Serra e Ministro da Educação do Governo FHC.
    A direita tem sua voz reverberada pela mídia e pelos incautos.

    http://todeolhomalandragem.blogspot.com

    ResponderExcluir