sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A briga pelas cotas nas universidades públicas


    O assunto do momento é o problema das cotas na universidades. Tem muito aluno, que estudava em escola particular, se dizendo prejudicado pelo sistema de cotas da universidade e que o direito de entrar na universidade tem que ser iguais. Não pode haver discriminação. O estranho é que o direito a escola pública de qualidade é igual para todos e esses alunos simplesmente abriram mão desse direito (não reivindicaram) e preferiram gastar dinheiro estudando em escolas particulares (questão de status?).

      Os alunos das escolas particulares nunca se preocuparam em saber como funciona e como vai o estado de ensino nas escolas públicas de ensino fundamental. Alias, do jeito que a escola pública funciona beneficia e facilita a entrada desses alunos na universidade, já que irão competir com alunos despreparados devido a qualidade inferior do ensino básico nas escolas públicas.

      Só que agora a universidade limitou metade das vagas para o estudantes oriundos das escolas públicas e a outra metade pra os alunos das escolas particulares. Agora, os pais e alunos das escolas particulares perceberam que os direitos são iguais e entraram na justiça exigindo direitos iguais conforme prega a constituição. Na vida real as pessoas não tem os mesmos direitos e todo mundo sabe disso.

      O estranho é que a escola pública é controlada justamente pela parte da sociedade que estuda nas escolas particulares. Vamos explicar melhor o assunto: quem são as pessoas responsáveis pelas administração e funcionamento das escolas públicas e consequentemente responsáveis de garantir o direito de ensino de qualidade para todos (inclusive para os alunos de escolas particulares)?

Pra responder é só olharmos pelos poderes constituídos: no poder executivo temos governador, secretários, diretores de departamentos e escolas, no poder judiciários temos juízes, desembargadores, defensores públicos, etc e no poder legislativos temos Deputados Federais, Deputados Estaduais, vereadores e Senadores. Todo esse pessoas é considerado da classe media e tem uma pergunta bem simples: quantos desses cidadãos tem seus filhos estudando em escolas publicas do ensino básico?

     Pra clarear mais o assunto tem outra pegunta: o Conselho de Educação é composto por membros em suas maioria provenientes das Escolas Públicas?

      Mas, a pergunta mais inquietante é : se as pessoas responsáveis de melhorar o ensino básico das escolas públicas tem os seus filos estudando nas escolas particulares por que iriam se preocupar em melhorar o ensino público?

Se a pessoas ir a fundo no caso irá perceber que os alunos provenientes das escolas particulares estão exigindo direitos iguais para entrar na universidades por que não tem como pagar uma mensalidade de um curso de medicina nas Universidades Particulares. Agora eles estão sentindo-se discriminado por não terem acesso ao ensino público por problema financeiro iguais aos alunos pobres que não podem estudar em escolas particulares.

      Claro que a pessoas pode sair dizendo que os pobres passem a exigir um ensino público de qualidade. Só que tem um detalhe: o pobre quando faz manifestação é qualificado de baderneiro e vagabundo, pra entrar na justiça não tem dinheiro pra contratar advogado, os agentes públicos responsáveis pela melhoria do ensino público tem seus filhos estudando em escolar particulares e não estão preocupados com os filhos dos outros e sem falar que o ensino de qualidade inferior nas escolas públicas beneficiam seus próprios filhos que terão uma concorrência menor nos vestibulares e concursos públicos para preenchimento dos empregos na administração pública e empresas estatais.

      Esse tipo de organização nas escolas garante que as estruturas sociais permaneçam inalteradas durante o passar dos tempos.

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia

TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:
http://carlos-geografia.blogspot.com.br/2010/03/briga-pelas-cotas-nas-universidades.html

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Senado aprova limite de alunos por turmas do ensino público

As turmas de pré-escola e do 1º e do 2º ano do ensino fundamental da rede pública deverão ter no máximo 25 alunos. No caso das demais séries dessa etapa e do ensino médio, o limite é de 35 estudantes. A restrição está prevista em projeto de lei aprovado hoje (16), em caráter terminativo, pela Comissão de Educação do Senado.

O texto, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996), agora será analisado na Câmara dos Deputados. O autor do projeto, Humberto Costa (PT-PE), destacou que o elevado número de alunos por turma impede o acompanhamento e o aprendizado de cada estudante da rede pública.

Pelo texto aprovado na comissão, uma vez aprovada pelo Congresso e sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, a nova lei entrará em vigor em 1º de janeiro do ano subsequente ao da publicação no Diário Oficial da União.

Superdotados

O Senado aprovou também o projeto de lei que institui o cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou superdotados. Agora, a matéria segue para a apreciação da Câmara dos Deputados.

Pelo texto analisado em caráter terminativo pelos senadores da Comissão de Educação, todo o procedimento previsto em casos de estudantes da rede pública superdotados será consolidado pela União em parceria com o Distrito Federal e os municípios. Dessa forma, os senadores acreditam que será possível incentivar a execução de políticas públicas a esses estudantes.

O projeto de lei prevê um prazo de quatro anos, a contar da data de publicação da lei no Diário Oficial da União, para o cumprimento das regras voltadas a esse segmento estudantil.

TEXTO RETIRADO DESTE ENDEREÇO:

sábado, 13 de outubro de 2012

Dia do Professor


O Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro. 

A comemoração começou em São Paulo, onde quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para comemorar seu dia, e também traçar novos rumos para o próximo ano. 

O Dia do Professor foi oficializado nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro  de 1963. O Decreto define a razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias". 

Origem do Dia do Professor 

No dia 15 de outubro de 1827, D. Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil, e pelo decreto todas as cidades deveriam ter suas escolas de primeiro grau. O decreto também continha o salário dos professores, as matérias básicas e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia, inovadora e revolucionária.

Texto retirado: GAZETA VALEPARAIBANA

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A verdade na Educação no Brasil


De acordo com a Constituição brasileira, em seu artigo 205, “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Assegura ainda, no artigo 206, a “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.” 

Não é preciso ser nenhum grande estudioso da educação para ver que essas belas palavras da lei não são 
praticadas na vida real. No dia a dia, todos nos deparamos com uma educação extremamente atrasada e elitista que visa reproduzir a mesma lógica de dominação da sociedade capitalista. 

Uma prova clara desse descomprometimento dos governos com a educação se dá no tocante à remuneração dos profissionais da educação pública. Os trabalhadores de administração escolar recebem, na prática, um salário mínimo, e mesmo os professores, que passaram por anos de estudo e aperfeiçoamento para estar em sala de aula, recebem baixíssimos salários. 

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em levantamento realizado no final do ano passado com 40 países desenvolvidos e em desenvolvimento, o Brasil paga o terceiro pior salário, menos de 5 mil dólares por ano, no início de carreira. 

Profissionais de países como Alemanha, Suíça e Portugal ganham, em média, cinco vezes mais que os brasileiros, no chamado topo da carreira. Na nossa vizinha Argentina, os professores recebem o dobro da remuneração do Brasil. A desproporção é tão grande que, mesmo numa comparação com a Coreia, os professores primários de lá ganham seis vezes mais que os brasileiros para orientar e dar os primeiros passos na educação das crianças. Tudo isso no país que é a sexta maior economia do mundo. 

Quanto à questão educacional, a pesquisa ainda revela que a relação professor-aluno do Brasil é muito alta, 
chegando a termos em média, 30 alunos por turma, o que prejudica a compreensão e a aprendizagem das crianças. 

Essa baixa remuneração traz como consequência uma “fuga” dos jovens estudantes dos cursos de licenciatura, que servem para formar os professores da educação básica. Esses cursos, por sua vez, estão entre os de maior evasão nas universidades e recebem pouco apoio por parte do governo para garantir a formação de mais professores. 

Dessa forma, é extremamente comum, em todo o país, a contratação de professores sem o grau mínimo de 
formação nas salas de aula brasileiras. Segundo o próprio MEC, através do Censo Escolar, 32% dos professores do ensino infantil, fundamental e médio não possuem curso superior, um total de 636 mil professores, sendo esse um número crescente. No curso de Matemática, por exemplo, não passa de 20% o índice de professores com diploma de licenciatura. 

Acontece que há cerca de 30 ou 40 anos iniciou-se um movimento de avanço do setor privado na educação  
básica, e o crescimento das escolas particulares só se fez possível com a queda nos serviços públicos oferecidos à população. Na prática, os governos trilharam o caminho para a privatização do ensino em todas as esferas, e essa situação dos professores é consequência direta dessa exclusão. Quem pagaria uma escola particular tendo uma educação pública, gratuita e com qualidade? 

O sucateamento da educação não representa apenas um descompromisso, ou irresponsabilidade dos governos. É, sim, uma forma lucrativa de estabelecer um setor bilionário que se mantém graças às carências 
da educação pública. 

Mas os trabalhadores e a juventude resistem a tudo isso e lutam por uma educação de qualidade. Só em 2011 os professores realizaram greves em 12 estados, lutando por melhores condições de trabalho e remuneração digna. Só mediante a luta da sociedade teremos direito a uma educação de qualidade, e é fundamental uma intensa mobilização para pôr fim ao lucro na educação e avançar no acesso ao conhecimento, pois manter o povo brasileiro distante da compreensão dos problemas da sociedade é mais uma estratégia das classes dominantes. 

Como bem disse José Martí, “ser culto para ser livre”.

Rafael Pires, membro da coordenação nacional da UJR

Texto publicado : GAZETA VALEPARAIBANA

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dia Nacional do Livro

Viajando pelos Livros 


Você sabe por que comemoramos o dia Nacional do Livro no dia 29 de outubro? Por que foi nesse dia, em  1810, que a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil, quando então foi fundada a Biblioteca Nacional e esta data escolhida para o Dia Nacional do Livro. 

O Brasil passou a editar livros a partir de 1808 quando D.João VI fundou a Imprensa Régia e o primeiro livro editado foi "MARÍLIA DE DIRCEU", de Tomás Antônio Gonzaga. 


LIVROS
UMA VIAGEM NO TEMPO  E NO ESPAÇO

O hábito da leitura é um dos melhores exercícios mentais. Ler é acompanhar ideias e pensamentos de  outrem, saindo de nosso autismo mental.  

Se você não tem o hábito da leitura, comece lendo diariamente 1 ou 2 páginas de um livro que ache interessante. Aos poucos, isto estará enraizado em suas atividades.  

Quantos livros você leu na sua vida? 

Eu li centenas, e posso afirmar que explorar as letras é uma viagem fantástica e deslumbrante, muito maior e melhor que ver programas de televisão.  

A grande vantagem de ler é que direciona a pessoa ao autodidatismo – aprender com outros sem depender dos outros. Você lê, interpreta, e forma sua opinião – vai crescendo até compreender que a sabedoria não advém somente do saber, mas precisa dele – sem ler, como obterá conhecimento amplo?  

Ler amplia a linguagem e permite ao leitor vislumbrar oportunidades e explorar o vasto e complexo mundo à 
nossa volta, sem necessariamente empreender uma viagem literal.  

Livros leves são os indicados para os iniciantes e as crianças – aliás, cultivar o hábito da leitura em seus filhos é o maior benefício que você poderia lhes proporcionar! 

Meu princípio é ler o primeiro capítulo de um livro – se ele não me motivar,  passo para outro.  

      Assim, não perco tempo com  obras maçantes – se o autor não sabe motivar o leitor já nas primeiras páginas, dificilmente o fará nas  seguintes.

Livros sobre história são instrutivos, apesar da tendência dos autores em focalizar ideologicamente a questão  - a história é escrita pelos vencedores. 

Por exemplo, a maioria dos livros sobre história da Guerra do Brasil e Paraguai são focados na versão brasileira de “inimigo agressivo” (tese tradicional), outros levantam o interesse comercial da Inglaterra no conflito (tese "esquerdista") - enfim, poucos se atrevem a revelar fatos mais obscuros e menos ideológicos, com o massacre de crianças paraguaias pelas tropas brasileiras na fase final da guerra. 

Leia bons livros e ... boa viagem! 

Algumas sugestões de livros: 

O Peregrino 
John Bunyan(romance) 

A Revolução dos Bichos 
1984 – George Orwel (sátira política) 

A Desobediência Civil 
Henry David Thoreau (filosofia) 

O Chefe 
Ivo Patarra (jornalismo histórico)

5 Linguagens de Amor da Criança
Gary Chapman (psicologia) 

Guerra e Paz  
Leon Tolstói (romance) 

Confissões  
Agostinho de Hipona (autobiografia) 

Os Elefantes Não Esquecem 
Agatha Christie (romance policial) 

O Monge e o Executivo 
James Hunter (motivacional) 

Discipulando Nações 
Darrow L. Miller (filosofia) 

Como Despertar  o Melhor das Pessoas 
Alan Loy MacGinnis (psicologia) 

Texto Relacionado: O Livro e a Educação

Texto retirado em: GAZETA VALE PARAIBANA

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Livro e a Educação

O livro didático surgiu como um complemento aos grandes livros clássicos. De uso restrito ao âmbito da escola, reproduzia valores da sociedade, divulgando as ciências e a filosofia e reforçando a aprendizagem centrada na memorização. E, por longos anos, ele cumpriu essa missão. 

Hoje, o livro didático ampliou sua função precípua. Além de transferir os conhecimentos orais à linguagem  escrita, tornou-se um instrumento pedagógico que possibilita o processo de intelectualização e contribui 
para a formação social e política do indivíduo. 

O livro instrui, informa, diverte, mas, acima de tudo, prepara para a liberdade. 

A confecção do livro didático exige anos de pesquisa e estudos. O professor tem em mãos uma preciosa ferramenta, que complementa seus conhecimentos, expande sua cultura e funciona como instrumento de atualização. 

A cada ano, são introduzidos novos dados ao conteúdo das obras, o que possibilita acompanhar a evolução das ideias e dos conceitos. 

Ainda mais aqui no Brasil, onde se remunera tão mal os professores, não lhes permitindo passar pelo necessário processo de reciclagem. 

Infelizmente, em diversas partes do país, quem leciona não tem sequer o 2º grau e desconhece as técnicas e os processos de ensino. Nesses casos, o livro acaba se tornando única fonte e meio de informação. Em virtude disso, é básico para todo educador que o material didático ganhe em qualidade, tanto na forma quanto no conteúdo. 

Essa exigência faz com que as editoras especializadas do setor empenhem o melhor de seus esforços em desenvolver projetos visuais arrojados, aprimorem os conceitos, adicionem acessórios aos produtos de modo a possibilitar maior integração nos aspectos gráfico e editorial, o que acaba também por se tornar fator de motivação para professores e alunos. 

É dever do Estado, com seus programas educacionais, proporcionar aos alunos da rede pública de ensino o mesmo acesso aos livros de primeira qualidade utilizados por alunos da rede privada. 

A melhoria do ensino envolve interesses econômicos, políticos e estratégicos. 

Como na reforma agrária, não adianta proporcionar a terra sem que sejam, também, oferecidas as condições mínimas para que ela seja cultivada. 

Na educação, igualmente não basta acontecer a evolução do livro, embora ele seja de significativa importância. 

Antes de proporcionar uma ferramenta de qualidade ao aluno e seu professor, é preciso que ambos tenham, entre outras exigências fundamentais, condições de preparo e um lugar adequado para utilizá-lo. 

Um espaço físico que proporcione segurança, comodidade, liberdade e a possibilidade de atualização e aperfeiçoamento dos professores, o que, até o momento, inexiste na maioria das escolas brasileiras.

Autor: Wagner Soares

Texto publicado: GAZETA VALE PARAIBANA