terça-feira, 27 de março de 2018

“A universidade não inclui o preto, periférico e trabalhador”

por Victória Damasceno — publicado 26/03/2018 00h11, última modificação 23/03/2018 18h09

Wellington Lopes, estudante de Ciências Sociais em universidade pública, teme não concluir o curso após corte em bolsa de permanência

O estudante perdeu sua bolsa de auxílio à permanência e agora teme não conseguir concluir o curso
“É aquela fita né, pra gente sempre é mais difícil”. É desta forma que Wellington Lopes define a realidade da população negra, pobre e periférica nas universidades públicas do Brasil. Estudante da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), o jovem de 21 anos saiu de Poá, no extremo leste de São Paulo, rumo a Paranaíba (MS) no início de 2015 para estudar Ciências Sociais.

O curso lhe deu a oportunidade de pensar a respeito de sua realidade, mas no momento de aplicar a inscrição no Sisu para disputar a vaga a escolha foi pragmática. “Eu não tinha ideia do que eu queria, só queria fazer qualquer coisa. Não importa o que eu fizesse, já seria algo gigantesco para a minha vida.”

quarta-feira, 14 de março de 2018

A formação da identidade profissional dentro das escolas

Para João Batista da Silveira, relação de trabalho dentro das escolas - espaço que deveria ser de vanguarda - segue a lógica da mercantilização do ensino e consequente precarização

REDAÇÃO 9 de Março de 2018


Por João Batista da Silveira 

Escrever ou falar sobre a formação ou identidade de uma categoria é mais fácil quando esta é detentora, além da carreira, de um efetivo programa de formação inicial e continuada. Não é o caso da categoria dos auxiliares de administração escolar ou técnico-administrativo. A começar pelo nome. Sempre que esta categoria é citada, é necessário também acrescentar mais alguns termos para que seja bem entendida. Termos como “todo o pessoal que trabalha em escola privada e não são professores” são usados para ajudar na identificação deste grupo de profissionais.

terça-feira, 13 de março de 2018

A influência das mães de classe média na escola pública

Famílias atuam nas unidades públicas por diversidade, prédios espaçosos e apropriados, alimentação adequada, e mais envolvimento no processo pedagógico

CAROL SCORCE 12 de Março de 2018

O Conselho Escolar é um dos espaços onde os pais podem atuar diretamente
O movimento de mãe e pais de classe média transferirem seus filhos de escolas particulares para escolas públicas tende a se aprofundar em momentos de crise econômica, como a que o país atravessa. Em 2017, 220.767 estudantes matriculados na rede estadual de São Paulo vieram da rede privada, um número 25,8% maior do que os que fizeram a mudança em 2012 (175.404). No mesmo período, o desemprego cresceu de forma alarmante, forçando a classe trabalhadora a abrir mão de serviços privados como educação e saúde.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Por que o Maranhão consegue pagar o maior piso salarial do País a professores?

Com o reajuste de 6,81%, os professores terão como salário inicial 5,750 mil para atuação 40 horas

ANA LUIZA BASILIO 6 de Março de 2018


O Estado do Maranhão anunciou no início do mês o novo piso salarial para os professores da rede pública, com reajuste de 6,81 %. A correção segue a indicada nacionalmente pelo Ministério da Educação para a categoria, com a diferença que, o valor pago pelo Estado, será cerca de duas vezes maior que o piso nacional, que passa a 2,455 mil este ano. Com a resolução, os professores de 40 horas no Maranhão terão como salário inicial o valor de 5,750 mil; os de 20 horas, valor proporcional.

terça-feira, 6 de março de 2018

A educação inclusiva é o alvo a ser destruído pelo autoritarismo

Em artigo, José de Ribamar fala sobre a mercantilização da educação no país e a importância da ação sindical em defesa da cidadania


No último dia de fevereiro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) entrou com ação, no Ministério Público Federal (MPF), contra o ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho, por violar a Constituição ao buscar impedir que a Universidade de Brasília (UnB) analise o golpe de 2016, encabeçado por Michel Temer e que depôs a presidenta Dilma Rousseff. É fundamental que o MPF adote todas as medidas administrativas e judiciais para coibir a conduta inconstitucional do ministro.