quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A política educacional finlandesa


Por Gustavo Belic Cherubine
De Agência O Globo
Por Leonardo Cazes (leonardo.cazes@oglobo.com.br
RIO - No ranking do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) 2009, aplicado em 65 países pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a Finlândia alcançou o 3º lugar. O país chama a atenção não só pelos bons resultados, mas por apresentar um modelo diferente dos outros líderes do ranking, China e Coreia do Sul. No lugar de toneladas de exercícios e de um ritmo frenético de estudo, na Finlândia, há pouco dever de casa, e a maior preocupação é com a qualidade dos professores e dos ambientes de aprendizado. Não há avaliações periódicas padronizadas de alunos e docentes, que não recebem remuneração por desempenho. E todo o sistema escolar é financiado pelo Estado.
p>Em seu livro, "Finnish lessons: what can the world learn from educational change in Finland?" (em uma tradução livre, Lições finlandesas: o que o mundo pode aprender com a mudança educacional na Finlândia?), Pasi Sahlberg, diretor de um centro de estudos vinculado ao Ministério da Educação do país, diz que o magistério é a carreira mais popular entre os jovens e que a transformação no Brasil deve começar pela igualdade de acesso a um ensino de qualidade.
O GLOBO: A Finlândia ocupa a 3 posição no ranking do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), entre 65 países avaliados pelo exame da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No entanto, nem sempre foi assim. Quando começou a transformação na educação finlandesa?
PASI SAHLBERG: A grande transformação do sistema educacional finlandês começou no início da década de 1970, quando foi criado o sistema de ensino obrigatório de nove anos. Todas as crianças do país passaram a estudar em escolas públicas parecidas e de acordo com o mesmo currículo nacional. O principal objetivo desse modelo era igualar a oportunidade de acesso a uma educação de qualidade e aumentar o nível educacional da população. Assim, a reforma educacional não foi guiada pelo sucesso escolar e, sim, pela democratização do acesso a escolas de qualidade. Esse movimento continuou nos anos 90, com a necessidade de uma população mais preparada para o mercado de trabalho.
O GLOBO: Quais foram as bases da revolução educacional finlandesa? Quais são seus pontos fortes?
SAHLBERG: O compromisso da sociedade finlandesa pela igualdade de acesso a uma educação de qualidade foi decisivo. A Finlândia com seus 5 milhões de habitantes não pode perder nenhum jovem. Todos precisam ter uma educação de qualidade. Os pontos fortes do sistema finlandês são o foco nas escolas, para que elas possam ajudar as crianças a ter sucesso; educação primária de alta qualidade, que dê uma base sólida para as etapas seguintes do aprendizado; e a formação de professores em universidades de ponta, que tornaram a profissão uma das mais populares entre os jovens finlandeses.
O GLOBO: No Brasil, muitas políticas públicas sofrem com a falta de continuidade. Isso acontece na Finlândia? O que fazer para garantir a continuidade?
SAHLBERG: A Finlândia manteve uma política pública estável desde a década de 70. Diferentes governos nunca tocaram nos princípios que nortearam a reforma, apenas fizeram um ajuste fino em alguns pontos. Essa ideia de uma escola pública de qualidade para todos os finlandeses foi um consenso nacional construído desde a Segunda Guerra Mundial. É o que no livro eu chamo de "sonho finlandês".
O GLOBO: O mundo parece buscar uma fórmula mágica para a educação. Existe uma fórmula válida para todos?
SAHLBERG: Não, não existe nenhuma fórmula mágica nem um milagre secreto na educação finlandesa. O que fizemos melhor do que outros países foi entender qual é a essência do bom ensino e do bom aprendizado. As crianças devem ser vistas como indivíduos que têm diferentes necessidades e interesses na escola. Ensinar deve ser uma profissão inspiradora com um grande propósito de fazer a diferença na vida dos jovens. Infelizmente, esses princípios básicos deram lugar a políticas regidas pelo mercado em vários países. Essa lógica de testar estudantes e professores direcionou os currículos e aumentou o tédio em milhões de salas de aula. A fórmula para uma reforma da educação em muitos países é parar de fazer essas coisas sem sentido e entender o que é importante na educação.
O GLOBO: O que foi feito na Finlândia e que poderia ser reproduzido em outros países em desenvolvimento, como o Brasil?
SAHLBERG: A pergunta deve ser o que é possível aprender com a experiência finlandesa, não reproduzir. Primeiro, a experiência da Finlândia mostrou que é possível construir um modelo alternativo àquele que predomina nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países. Mostramos aqui que reformas guiadas pelo mercado, com foco em competição e privatizações não são a melhor maneira de melhorar a qualidade e a equidade na educação. Segundo, é importante focar no bem-estar das crianças e no aprendizado da primeira infância. Só saudáveis e felizes elas aprenderão bem. Terceiro, a Finlândia mostrou que igualdade de oportunidades também produz um aumento na qualidade do aprendizado. É preciso que o Brasil combata essa desigualdade de acesso. Só um plano de longo prazo para a educação e compromisso político possibilitarão que os resultados sejam alcançados.
O GLOBO: Os professores ocupam um papel importante no sistema finlandês. Como prepará-los bem? Um salário atrativo é importante?
SAHLBERG: Professores são profissionais de alto nível, como médicos ou economistas. Eles precisam de uma sólida formação teórica e treinamento prático. Em todos os sistemas educacionais de sucesso, professores são formados em universidades de excelência e possuem mestrado. O salário dos professores deve estar no mesmo patamar de outras profissões com o mesmo nível de formação no mercado de trabalho. Também é importante que professores tenham um plano de carreira, com perspectivas de crescimento e desenvolvimento.
O GLOBO: No Brasil, poucos jovens são atraídos pelo magistério. A carreira atrai muitos jovens na Finlândia?
SAHLBERG: O magistério é uma das profissões mais populares entre os jovens finlandeses. Todo ano, cerca de um a cada cinco alunos que terminam o ensino médio tem a carreira como primeira opção. Há dez vezes mais candidatos para programas de formação de docentes para educação infantil do que vagas nas universidades. A Finlândia tem o privilégio de poder controlar a qualidade dos professores na entrada e depois garantir que só os melhores e mais comprometidos serão aceitos nessa profissão nobre.
O GLOBO: A inclusão das novas tecnologias nas salas de aula vem sendo muito debatida. Como você vê esse processo? Como isso é feito na Finlândia?
SAHLBERG: Tecnologia é parte das nossas vidas e é usada nas escolas finlandesas. Professores na Finlândia usam tecnologia para ensinar de maneiras muito diferentes. Alguns, a utilizam muito e outros raramente. Aqui a tecnologia é uma ferramenta, mas o foco continua sendo na pedagogia entre pessoas, sem tecnologia. A tecnologia não deve guiar o desenvolvimento educacional e, sim, ser uma ferramenta como várias outras.

O GLOBO: Retomando o título do seu livro, quais são, afinal, as principais lições do sistema de educação finlandês?

SAHLBERG: A mais importante das lições é que há uma alternativa para se chegar ao sucesso prometido por reformas guiadas pelo mercado. A Finlândia é o antídoto a este movimento que impõe provas padronizadas, privatização de escolas públicas e remunera os professores com base em avaliações de desempenho que se tornou típico de diversos sistemas educacionais pelo mundo.
TEXTO REPLICADO DESTE ENDEREÇO:

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O livro Pedagogia do Oprimido, do educador brasileiro Paulo Freire, foi banido das escolas públicas do Arizona nos Estados Unidos.

Por Ana Luzia Costa Santos

Segundo o Jornal Brasil, a justificativa do secretário da educação do Arizona John Huppenthal em abolir uma das obras mais importante para educação no mundo foi ao visitar uma escola em Tucson, notou que Che Guevara era tratado como um herói, inclusive com direito a pôster numa das salas de aula, enquanto que Benjamin Franklin era considerado racista pela turma. Huppenthal julgou intolerável que o termo “oprimido” do livro de Paulo Freire fosse inspirado no Manifesto Comunista de Marx e Engels, “que considera que a inteira história da humanidade é uma batalha entre opressores e oprimidos”.

Para o jornal, a suspensão do programa priva os alunos de compreenderem melhor os fatores históricos da ocupação do território onde vivem (parte do Arizona pertencia ao México e foi anexada pelos EUA), além de impedir o contato de uma inteira geração com o método emancipador de Paulo Freire. O que não percebem os que executam a educação “bancária”, no termo usado por Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido, é que nos próprios “depósitos” se encontram as contradições. E, cedo ou tarde, esses “depósitos” podem provocar um confronto com a realidade e despertar os educandos contra a sua ”domesticação”.

O Autoritarismo é contagioso! Em Sergipe temos, também, a imposição do ensino estruturado, um apostilado do instituto Alfa e Beto que remete a uma educação bancária/conservadora (burguesa) que nega os ensinamentos de Paulo Freire: Nesse método de pacotes/cartilhas condenado por Freire o educador é o que sabe e os educandos são os que não sabem; o educador é o que pensa e os educandos são os pensados; o educador é o que diz a palavra e os educandos são os que escutam docilmente; o educador é o que opta e prescreve sua opção e os educandos são os que seguem a prescrição; o educador escolhe o conteúdo programático e os educandos jamais são ouvidos nessa escolha e se acomodam a ela; o educador identifica a autoridade funcional, que lhe compete, com a autoridade do saber, que se antagoniza com a liberdade dos educandos, pois os educandos devem se adaptar às determinações do educador; e, finalmente, o educador é o sujeito do processo, enquanto os educandos são meros objetos.

Os apostilados/pacotes/cartilhas do instituto Alfa e Beto é o reprodução dessa educação conservadora onde os professores são meros facilitadores que fazem uso do material produzido pelo instituto. Os planos de aulas são apresentados em manuais de orientação que serve para gerenciamento pedagógico que permitem o acompanhamento, controle e avaliação do programa pela Secretaria.

“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.” Paulo Freire.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

As escolas super fantásticas (Atualizado)

Quando me encontro com meus ex-professores, muitos deles, costumam me afirmar que os alunos, que foram meus colegas, eram bons por que iam pra escola somente para estudar. Naquela época não exista transporte público para os alunos e nem tinha merenda. A farda, cada aluno tinha que comprar a sua. Muitos alunos vinhas dos povoadas a pé, de bicicleta ou mesmo de cavalo. De acordo com eles: apesar das dificuldades eles vinham para estudar e não para comer e se divertir.
Acho que os alunos desta foto estão  com vontade de estudar e esse professor de ensinar bem maior que os meus colegas de povoados!!!!! Garanto que as escolas por onde passei não eram tão deterioradas!!!!


Origem da foto neste endereço:
http://www.facebook.com/profile.php?id=100000132888879

Esta nova fotografia de escola, que surpreendem pela vontade dos alunos em estudarem, me foi  enviada pelo FaceBook e o autor não se identificou. De qualquer maneira fica o registro de mais uma impressionante realidade!!!


Esta fotografia eu peguei no Faceebook, na linha de tempo de José De Almeida Bispo. Esta escola fica na China, construída dentro de uma caverna.

Estas outras duas fotografias conseguir, com Alex Prado, no Facebook. Essas escolas são em Gana, na África.


Escola no Afeganistão!!! Tem de ver para crer!!!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Você sabe o que é tautologia?


É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma ideia de maneira viciada, com palavras diferentes, mas como o mesmo sentido. O exemplo clássico é o famoso “subir para cima” ou o “descer para baixo”.



  • elo de ligação.
  • Certeza absoluta
  • quantia exata
  • nos dias 8,9 e 10, inclusive
  • juntamente com
  • expressamente proibido
  • em duas metades iguais
  • sintomas indicativos
  • há anos atrás
  • vereador da cidade
  • outra alternativa
  • detalhes minuciosos
  • a razão é porque
  • anexo junto a carta
  • de sua livre escolha
  • superávit muito positivo
  • todos foram unânimes
  • conviver junto
  • fato real
  • encarar de frente
  • multidão de pessoas
  • amanhecer o dia
  • criação nova
  • retornar de novo
  • empréstimo temporário
  • surpresa inesperada
  • escolha opcional
  • planejar antecipadamente
  • abertura inaugural
  • continua permanecer
  • a última versão definitiva
  • possivelmente poderá ocorrer
  • comparecer em pessoa
  • gritar bem alto
  • propriedade característica
  • demasiadamente excessivo
  • o seu critério pessoal
  • exceder em muito
  • opção de escolha.

Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, “surpresa inesperada”. Existe alguma surpresa esperada? É obvio que não...
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia a dia.