quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Educadores sob controle !

Público de Educação, é necessário retornarmos ao passado e fazer uma retrospectiva de como era alguns itens na organização deste sistema.

Entre os itens necessários, podemos citar: como eram contratados os professores, a carga horária e quais disciplinas eram lecionadas.

A contratação dos professores

No período do Regime Militar, não existia a figura do concurso público e os professores nem sempre eram graduados em licenciatura. Eram pessoas da comunidade de notável saber que eram contratadas por indicação do diretor do colégio. Claro que essas pessoas só eram contratadas se houvesse indicação do chefe político que colocou o diretor (a) no colégio. Estranhamente, apareciam professores empossados que sequer tinham terminado a graduação e eram recém aprovados no vestibular do ano anterior! Dessa maneira eles controlavam que podiam lecionar e ainda conseguiam votos do indicado juntamente com familiares.
Carga horária

O número de horas contratadas para cada professor era de 125 horas. Esse tipo de contrato vigorou até algum tempo depois do Regime Militar e surgimento dos primeiros concursos para contratação efetiva de professores licenciados. Quando surgia necessidade de contratação de professores devido ao aumento de matriculas, nem sempre eram contratados novos professores e sim era aumentada a carga horária do professor de 125 para 200 horas. Quem escolhia quais os professores poderiam ter esse aumento na carga horária era a diretoria do colégio e como a diretoria era indicada pro chefes políticos, existia uma forte influência para prorrogarem somente os que eram ditos professores amigos.

Quais as disciplinas lecionadas

Durante o período do Regime Militar, algumas disciplinas foram retiradas da grade curricular das escolas, entre elas podemos citar: Filosofia e Sociologia. Claro que a ideia era evitar que os alunos adquirissem conhecimentos, poder de argumentação sobre a realidade e viessem a se tornar futuros críticos do sistema. Mas existia as disciplinas de OSPB (Ensino Básico) - Organização Social e Política do Brasil e EPB (Universidade) - Estrutura Politica do Brasil e que foram retiradas, da grade curricular, com o fim dos militares no poder..


As mudanças atuais

Os atuais representantes do MEC estão planejando implantar as seguintes mudanças: volta a figura de o professor ser substituído por pessoa de notável saber. Como será a escolha e contratação dessas pessoas? Certamente por indicação de algum político com influência junto aos órgãos do Estado ou prefeitura.

Uma das propostas surgidas parar o pagamento dos professores seria por horas aulas. Esse procedimento além de ser altamente não didático (tem a questão das interdisciplinaridades e da lógica na organização dos conteúdos durante o ano letivo), permite um controle maior por parte da diretoria dos colégios e consequentemente pelos políticos que indicam esses diretores. Quem teria direito a uma carga horária maior e em decorrência teria um salario maior? Certamente a diretoria deixaria a disposição um maior número de horas aulas para os professores afinados com os políticos que indicou a diretoria!

As propostas de retirada de algumas disciplinas foram ampliadas e estão planejando tirar não somente psicologia e sociologia, mas também história e geografia. Afinal de contas, as disciplinas sociais dão um embasamento para que as pessoas consigam analisar, argumentar e criticar fatos do governo.

Uma questão de controle

Pelas análises mostradas, percebesse que o objeto principal não é melhoria, nem contenção de despesas por parte dos Estados e Município e sim estabelecer um maior controle sobre os professores por aqueles que controlam a máquina administrativa. Só serão professores e só poderão ensinar pessoas com afinidades com os chefes políticos!

O grande problema desta prática é, que ao mudar de prefeito, governador e até mesmo presidente da república, se muda todos os que não têm garantia e estabilidade de emprego. Saem todos os contratados pelo político anterior, que irão ser substituídos pelos indicados pelo político que foi eleito e que está assumindo. Todo o planejamento a longo prazo, para educação e demais áreas da administração, são em sua maioria paralisados na metade, nunca finalizados para atender os interesses do povo, mas do gestor que está assumindo e acaba provocando prejuízos ao erário público. Era a política administrativa da coisa pública até metade do século passado!


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