sexta-feira, 4 de agosto de 2017

A descoberta do Brasil II

A explicação, nos livros Didáticos de História, sobre o descobrimento do Brasil, é que ocorreu por acaso quando da viagem de uma grande expedição enviada para as Índias, com a finalidade de comprar drogas e especiarias. Por conta de uma calmaria e os navios serem impulsionados pela força dos ventos (Caravelas) a esquadra portuguesa teve de fazer um desvio em direção a Oeste. O problema é que normalmente os escritos antigos não explicam o fato de ter calmaria e mesmo assim os navios, que eram impulsionados pelos ventos, navegaram em direção a Oeste.


Todo o malabarismo é utilizado para tentar explicar o Descobrimento do Brasil como tido sido um fato ocorrido por acaso (sem querer). Ignoram a chegada dos espanhóis ( Vicente Yañes de Pinzón e Diego de Lepe) em terras a oeste um ano antes (1499) e ignoram fatos do comércio dos franceses
com nativos em ilhas no Atlântico Sul (imaginavam serem ilhas, mas era o Continente Americano). Tudo para justificar que os portugueses não sabiam da existência das terras no do Oceano Atlântico.

Alguns pesquisadores utilizaram a justificativa da falta de ventos (as embarcações eram impulsionadas pelos ventos) para a esquadra se deslocar a oeste e aproveitaram-se das correntes marítimas. Nessas viagens era comum o uso de correntes marítimas em alto mar, nem sempre os ventos sopram na direção desejada e às vezes o uso da corrente marítima tornava a viagem mais curta. Se os portugueses não sabiam da existência de terras, por que não deixaram a esquadra continuar viagem usando as Correntes Marítimas? 


As correntes marítimas no Atlântico

A Corrente Marítima Fria de Benguela sai da Antártida, subindo para o norte, percorre o litoral oeste da África e muda de direção, sendo aquecidas pelas águas quente da Zona Equatorial, quando se aproxima do Equador, segue em direção a América do Sul e se transforma em duas ao se aproximar do Litoral do Nordeste do Brasil.



A Esquadra de Pedro Álvares Cabral utilizou a Corrente Equatorial do Sul que se divide em duas quando se aproxima do litoral do Nordeste do Brasil, uma seguinte em direção norte e a outra em direção sul.

Pedro Álvares Cabral não poderia seguir em direção ao norte para não correr o risco de se encontrar com os espanhóis que chegaram ao atual norte do Brasil um ano antes. Embora já era de conhecimento do Rei de Portugal a existência dessas terras devido o envio de uma expedição secreta, em dezembro de 1498, de uma esquadra comandada por Eduardo Pacheco Pereira.

Não poderiam seguir em frente para oeste por que correria o risco de se encontrar com algum navio francês e ficariam sem poderem utilizar a desculpa que as terras eram desconhecidas. Ficou a opção de seguir a Corrente Marítima para o sul e somente pouco depois se desviar para oeste para tomar posse das terras que os portugueses diziam serem desconhecidas de todos.

Pouco tempo depois da posse das terras brasileiras, os portugueses criaram as chamadas Expedições Guarda-costas, sob o comando de Cristóvão Jacques (1516 e 1517). Vários navios, principalmente franceses, foram aprisionados e muitos marinheiros mortos. Como essas expedições tinham custos financeiros muito altos, o Rei de Portugal resolveu povoar as novas terras para garantir a soberania (posse). Foi então que mandou Martim Afonso de Souza explorar e povoar as novas terras, mas mesmo nessa viagem ele teve de se livrar de alguns navios franceses, no litoral do Nordeste.

Mesmo nos tempos atuais, fica difícil se provar que já era de conhecimento, pelo menos dos nobres, da existência de terras no Oceano Atlântico. Essa dificuldade decorre que os descobrimentos de novas terras eram Segredos de Estado. As chamadas Cartas Geográficas (Mapas) era consideradas segredos de guerra e a divulgação ou mesmo a venda delas eram crimes punidos com a pena de morte.

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia

Endereços (Sites) pesquisados:
Cabral não foi o primeiro a chegar ao país.
Correntes Marítimas
Extrativismo foi a primeira atividade econômica da colônia
A presença francesa e holandesa em Alagoas

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