Pela constituição brasileira, a educação é um
direito de todos e um dever do Estado. Um estado para se manter como nação
precisa educar seus cidadãos sobre as leis, direitos e deveres de cada um.
Observando-se a constituição, encontramos nas leis a garantia que todos são
iguais perante a lei. Tendo essas observações como verdadeiras, por que os
cidadãos são educados de maneiras, com escolas e ensino de qualidades
diferentes?
No Brasil existem as várias redes de Ensino
Público (municipal, estadual e federal) e o chamado Ensino Particular ou Escola
Particular.
Nas Escolas da Rede Pública de Ensino,
geralmente, estudam os filhos das classes menos afortunadas financeiramente e
essas escolas, a grande maioria, ficam localizadas na periferias das grande
cidades e nas pequenas cidades (as vezes a única opção) onde não existem uma
classe social mais abastarda para justificarem financeiramente a existência das
chamadas Escolas Particulares.
As Escolas Particulares, geralmente, se
localizam, nas grandes cidades, nos chamados bairros nobres, onde existe uma
clientela com capacidade financeira para bancar os estudos dos filhos nesta
ditas escolas.
Mesmo dentro dessas duas modalidades de Escolas
existem classificações de diferentes tipos de escolas para a educação e
formação da população. Essa classificação pode ser feita sob diversas óticas,
mas geralmente podemos observar os seguintes itens: tipos de cursos e tipos de
escolas.
Podemos encontrar em uma mesma escola, tanto
particular como da Rede Pública, vários tipos de cursos: Ensino Regular,
Supletivo, Profissionalizante, Educação para Jovens e Adultos (EJA), etc.
Mesmo, levando-se em conta o poder aquisitivo da
clientela, dentro das Redes de Ensino, Particular e Rede Pública, podemos
encontrar uma classificação de tipos de escolas diferentes.
Na Rede particular de ensino, a qualidade e a
oferta do ensino são feitas de acordo com o poder aquisitivo da população e
existem Escolas Particulares para os mais ricos, com mensalidades de valores
altíssimas, e escolas com mensalidades amenas para as chamadas classes com
menor poder aquisitivo.
Na Rede Pública também existem uma classificação
para as escolas desta rede, embora a oferta e ocupação das vagas não são feitas
de acordo com o poder aquisitivo da população. Mas, estranhamente o Estado
oferece escolas com chamadas qualidade de ensinos diferentes, são as chamadas
Escolas de Tempo Integral e escolas com o chamado ensino regular, diversos
tipos de supletivos, etc.
Essas classificações e existência de
diversos tipos de cursos e diversos tipos de escolas vão de encontro o que
preceitua a nossa constituição. Se for dever do Estado educar as pessoas para o
exercício da cidadania e todos são iguais perante a lei, com oportunidades
iguais para todas essas classificações mostram que os cidadãos estão sendo
educados de maneiras diferentes e serão inseridos na sociedade com
capacidades e oportunidades diferentes de exercer a cidadania, onde uns estarão
mais preparados que outros e, portanto, os mais preparados terão maiores
chances de aproveitarem as oportunidades.
Desta maneira, quando o Estado autoriza a criação
de escola com diferentes níveis de educação, ele torna legal que as
pessoas tenham oportunidades diferentes de acordo com o tipo de educação que
tenha, ou seja, a reprodução das classes sociais é garantida por lei e é
constitucional!
Claro, os que têm acesso a Rede Pública de Ensino,
não são os mesmo que administram essas escolas e também não são essas pessoas
que tem oportunidade de criar leis que garantam o direito de igualdade de
escola e educação de qualidade para todos.
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