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No
início, quando algum aluno não estava no mesmos nível que os demais
colegas da mesma série, como por exemplo: enquanto a maioria já sabia
ler sem soletrar as palavras e algum aluno estava fora deste padrão, ele
era aconselhado a fazer banca e ter uma atenção maior dos professores,
para que no final do ano ele passasse a ler sem a necessidade de
soletrar as palavras. É claro que naquela época não existia tantos
alunos por sala de aula e os professores tinham tempo de corrigir
individualmente cada atividade dos alunos.
Com
o passar do tempo, a profissão do professor passou a ser desvalorizada
(o mesmo teve que passar a ter dois empregos para obter o sustento da
família) e na maioria das vezes, houve um aumento no número de alunos
por sala de aula (clique aqui).
Isso impossibilitou a correção e a tomadas de lições individualizadas
dos alunos. Como consequência, o número de alunos reprovados começaram a
aumentar, ficarem atrasados e estudarem com idades consideradas fora do
limites padrões para cada série escolar. Esta pequena mudança nesta
falta de ajustamento dos alunos, fez surgir um exercito de alunos com
idades um pouco elevadas para as série que estavam estudando. A escola
passou a trabalhar como uma fábrica, se ensina determinado assunto, o
aluno que aprendeu e acompanhou o desenvolvimento é aprovado para o ano
letivo seguinte e os que não, eram reprovados e ficavam marcando passo
na mesma série. O nome que dei a esse procedimento foi "Educação de
Olaria". Você tem uma forma e sai batendo o barro para fazer o tijolo,
os que saem torto (o aluno que não consegue acompanhar o assunto) é
reciclado como um novo bolo de barro (reprovado) e e jogado na forma
mais uma vez (repete a série) até que o tijolo saia na forma correta.
Com o decorrer do tempo, os tijolos tortos passaram a aumentar de número
e alguns passaram a não frequentar a escola.
Como
fazer para com que esses alunos passassem para a frente e desocupassem
as salas de aulas para a chegadas de novos alunos? Muito simples, é só
aplicar a dinâmica dos Supermercados. Quando uma mercadoria está
encalhada é só fazer uma promoção, ou seja, foram criados os chamados
pacotes (EJA, Acelera, Se liga, etc) (clique aqui),
“pague um semestre e leve dois”, ou seja, você estuda um semestre e
está aprovado no correspondente a um ano letivo. Agora você tem
garantido uma série anual pagando somente um semestre de estudo (antes
para ser aprovado em uma série se estudava um ano). É claro que a ideia é
fazer com que os alunos passem pelos bancos escolares o mais rápido
possível para deixarem vagas para os novos alunos.
Atualmente,
criou-se a chamada Avaliação de Desempenho. Só que uma Avaliação pode
ser usada com várias finalidades e por motivos diversos. Sem falar que
tem muita gente confundindo avaliação com normas de procedimentos e se
criou uma tabela de normas (Tabela de preços existentes nos
supermercados). Por quinze minutos de leitura em cada aula, o professor
tem direito a um ponto, para cada debate em sala de aula, o professor
tem direito a mais um ponto e assim vai. Dependendo como o professor
cumpra , as normas existentes nesta tabela, será considerado
insuficiente ou não. Só que neste caso eles inverteram uma das regras do
supermercado para incentivar os professores. Nos supermercados, quando
um funcionários é considerado bom, ele tem sua foto colocada em destaque
dentro da instituição como colaborador do mês (isso para incentivar
outros funcionários a trabalhar melhor) e no caso dos professores, será
colocado em destaque os professores e alunos considerados insuficientes
(ruins) e ficando as expostas e desmoralizados perante a instituição e
comunidade frequentadora da mesma, ou seja, em vez de criarem incentivos
estão tentando desmoralizar os professores.
Textos relacionados:
Eu penso da mesma forma, e digo de cadeira todos esses pacotes e inclusive o brasil alfabetizado são na realidade UMA FÁBRICA DE ANALFABETOS FUNCIONAIS,ISTO É CERTO.E não culpo professores não,a culpa é a super lotação das salas de aulas.
ResponderExcluirEstou fazendo a minha parte, criei um projeto social onde ensino alfabetização e analfabetismo funcional, a procura é grande e eu sou apenas uma.
Os governantes deveriam se preocuparem mais com as estruturas das salas de aulas e quantidades de alunos e deixar o professor fazer o que ele sabe fazer EDUCAR!!!
"...Os governantes deveriam se preocuparem..."
ResponderExcluirOs governantes deveriam se PREOCUPAR.
Antes de fazer correção ortográficas de outras pessoas seria bom ler esse texto: http://debatendo-a-educacao.blogspot.com.br/2011/04/os-tipos-de-analfabetismo.html
Excluiro mais incrível é que as duas formas estão corretas!!!
ExcluirSugiro a leitura do artigo A Pedagogia da Repetência: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141991000200002&script=sci_arttext
ResponderExcluirTambém o Site em homenagem ao Prof. Sergio Costa Ribeiro, um dos autores do artigo:
http://www.sergiocostaribeiro.ifcs.ufrj.br/
Cristina, ótima indicação de leitura. Obrigado
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