sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Avaliação ou normas de enquadramento!!!


Por Antônio Carlos Vieira

Quando terminei meu curso de Licenciatura, na Universidade Federal de Sergipe, não fiquei aguardando muito tempo para assumir uma sala de aula. Alias, antes mesmo de receber o Diploma, já estava aprovada no concurso da Secretaria d Educação do Estado – SE, juntamente com mais alguns colegas.

Ao chegar no colégio onde fui lecionar, pela primeira vez, tinha uma chamada Equipe pedagógica. Essa equipe tinha entre tantas tarefas: a) acompanhar as cadernetas do professores; b) fazer levantamentos dos alunos (frequência e notas), assinatura das aulas dadas; c) acompanhamentos das avaliações no sentido de observarem o grau de dificuldades, organização e entendimento do que estava sendo avaliado (isso ajudava muito o professor) e d) eram responsáveis pelas atividades extraclasses, etc. Eram formadas por pedagogas e professores com um certo grau de experiência em sala de aula. Isso durou três anos e foi o único colégio que via essa equipe montada e que funcionava!!!

Posteriormente, esse equipe foi substituída por pedagoga(o)s e foi justamente neste período onde comecei os meus primeiros questionamentos referente a esses profissionais. Eles passaram a orientar e escolher os professores que eram considerados bons ou ruins, passaram a solicitar trabalhos para ajudarem os alunos (dar um jeitinho), questionar quando algum aluno era convidado a sair da sala de aula e as vezes em pleno decorrer da aulas, passaram a interferir, para fazer algum anuncio sem a devida permissão do professor. O principal questionamento em relações a esses novos profissionais é se ele já tinham passado em uma sala de aula para fiarem solicitando tais medidas? Ele não gostavam muito e vinham com explicações de teorias e mais teorias que aprenderam na Universidade. Essas solicitações sempre iam de encontro aos chamados fundamentos para se ter uma boa condução em sala de aula e a opinião do professor, geralmente, não era levada em consideração!!!

Neste período apareceu as chamadas Avaliação do Ensino Público (na prática somente os professores!!!). Essas avaliações premiavam os chamados bons professores, tinham alguns critérios definidos e os melhores avaliados recebiam um bônus. Além da desconfiança dos professores das brechas de manipulação dos resultados, para vereficiar que poderia ou não receber essas bonificações, tinha o agravante dos critérios serem iguais para todos, em todos o níveis e turnos. Nesta avaliação, os professores do turno noturno jamais conseguiram boas notas, portanto, jamais foram e nunca seriam bonificados. Um dos critérios da avaliação era o grau de evasão e reprovação dos alunos. Pra quem já ensinou a noite, sabe que a evasão e reprovação são altíssimos em decorrência de muitos alunos se matricularem para terem direito ao Passe Escolar e praticamente não apareciam nas aulas (evasão garantida) e tinha o inconveniente para o professor não passar por ruim, fazer de tudo, para não ter um grande números de reprovados e as vezes acontecia de alunos não terem os requisitos necessários para a aprovação serem aprovados porque o professor não aparacer como ruim netas avaliações!!

No atual governo reapareceu a tal Avaliação do Ensino Público. Eu não diria que é somente uma avaliação!!! Uma avaliação seria somente avaliar a Educação Atual nos critérios que elas foram criadas e esta nova avaliação vem com novos critérios e o professor que não se ajustar nesses novos critérios serão considerados insuficientes (ruim com outro nome), ou seja, essa nova chamada avaliação cria critérios de como o professor deve conduzir a aula. O professor que não se ajustar aos novos critérios sera considerado insuficiente (ruim).

Antigamente tínhamos pedagogos dizendo como os professores deveriam conduzir as aulas e avalizar os alunos, agora apareceram consultores e economistas ditando normas de como o professor deva lecionar!!!

O interessante é que além dessas consultórias, também tem os chamados pacotes (clique aqui) e projetos de todos as espécies que são colocados nas escolas e as decisões são tomadas pela secretarias (decisões feitas geralmente por políticos), esses pacotes já vem prontos do MEC ou alguma ONG tipo Fundação Aírton Sena, e os professores que vivem e convivem em sala de aula, que são realmente quem conhece os problemas existentes na educação, nunca são consultados!!!! Essas decisões são tomadas de cima pra baixo e quando os problemas aparecem são os de baixo (professores) os únicos que são responsabilizados pela má qualidade do ensino.

Textos relacionados:
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O Professor e a mais Valia
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Para que são usadas as avaliações educacionais?

Um comentário:

  1. Já fui questionado várias vezes pelos poetas de plantão, grandes teorias(importadas), somente quando comecei a solicitar uma aula de demonstração para eu poder aprender, fui taxado de agressivo.Descobri que os mesmos estão em funções pedagógicas por total augeriza a sala de aula.Falar qualquer um faz, papel aceita tudo, mas vivência, nada substitui.Só acho que os irresponsáveis que são colocados para gerir a Educação deveriam ser responsabilizados pelos seus atos.Veja o caso da tal de Marielena, agora escostada em um setor qualquer, cade a punição pelo que fez a Educação.

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