De acordo com os resultados do
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD),
em 2009 o Brasil foi um dos países que mais evoluiu na Educação.
No entanto, isso não é motivo para
comemoração. O Brasil ainda permanece entre os países de
resultados mais baixos, ficando um pouco a frente da Argentina, um
pouco atrás de Uruguai, México, Chile e muito atrás dos países da
Europa, dos Estados Unidos e da China.
Embora tenha havido um avanço,
contabilizado principalmente depois da implantação do Plano de
Desenvolvimento da Educação, que estabeleceu a avaliação dos
alunos da rede pública pela Prova Brasil e a composição de um
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), a realidade
da escola pública brasileira ainda é um desafio.
A vinculação do repasse de
recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB)
aos resultados obtidos por estados e municípios no IDEB colocou a
Educação em discussão, pois a possibilidade de perder recursos fez
com que esses mesmos estados e municípios atentassem mais para as
escolas e procurassem estabelecer condições mínimas para a
aprendizagem dos alunos.
No entanto, estados e municípios
procuraram resolver o problema adotando políticas educacionais e
modelos pedagógicos importados,sem que a infraestrutura estivesse
adequada, numa completa deformação dos conceitos originais. Em São
Paulo, isso aconteceu com a Progressão Continuada, a partir de 1997,
que foi implantada na rede estadual de uma forma completamente
diferente da proposta original, resultando na Aprovação Automática.
Para se ter uma ideia dessa
deformação, na Europa, que nos serviu de modelo, a maioria das
escolas funciona em tempo integral e seus currículos são
organizados em ciclos de dois ou três anos, dentro dos quais existe
continuidade de trabalho pedagógico, de equipe de professores e de
composição de alunos na sala de aula.
Em São Paulo, a maioria esmagadora
das escolas funciona em meio período e o currículo é montado em um
ciclo, fictício, de quatro anos, pois a cada ano há uma completa
reformulação da composição de alunos na sala de aula e do quadro
de professores, descaracterizando os conceitos de ciclo e de
progressão.
Isso acontece porque a rede segue
uma política equivocada e funciona com mais de 40% de professores
não concursados, prejudicando a continuidade de trabalho
pedagógico.
Segundo um estudo do Banco Mundial, divulgado logo após os resultados do PISA, desde
1995 o Brasil tem evoluído. Em regiões como Norte e Nordeste, a infraestrutura das escolas ainda é o principal problema, mas isso pode ser resolvido com investimento adequado e interesse político.
Pelo estudo, a essência do problema não reside nos recursos. Uma breve análise sobre os resultados do PISA já demonstra isso, pois estados com menos recursos, como Santa Catarina e Espírito Santo, ficaram bem a frente de São Paulo.
Segundo um estudo do Banco Mundial, divulgado logo após os resultados do PISA, desde
1995 o Brasil tem evoluído. Em regiões como Norte e Nordeste, a infraestrutura das escolas ainda é o principal problema, mas isso pode ser resolvido com investimento adequado e interesse político.
Pelo estudo, a essência do problema não reside nos recursos. Uma breve análise sobre os resultados do PISA já demonstra isso, pois estados com menos recursos, como Santa Catarina e Espírito Santo, ficaram bem a frente de São Paulo.
No entanto, faltam professores,
especialmente em áreas específicas como Matemática, Física,
Química, Biologia e dentre os que existem, muitos já estão em vias
de se aposentar.
A carreira do magistério, que exige
formação em nível superior, apresenta uma média salarial menor
que qualquer outra carreira diplomada, sendo proporcionalmente
equivalente aos vencimentos de uma função de Ensino Médio e as
perspectivas de carreira, de salários e de condições e trabalho
não estimulamos estudantes que hoje saem do Ensino Médio a se
tornarem professores, criando uma situação de iminência de um
apagão educacional.
O problema da qualidade de ensino
não se resolve com discurso. Os resultados do PISA apontam que o
Brasil começa a seguir um caminho, que passa necessariamente pela
valorização da carreira do magistério e pela organização do
currículo, dentro de uma política educacional que priorize a
aprendizagem, em vez de números.
Do contrário, esse caminho pode conduzir ao retrocesso.
Texto retirado: GAZETA
VALEPARAIBANA
Nenhum comentário:
Postar um comentário